Chá de Camila

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INGREDIENTES:

*Uma Camila;

*Uma piscina de água fervente;

*Açúcar a gosto;

MODO DE PREPARO:

1 – Jogar uma Camila na piscina de água fervente e deixar totalmente submersa em infusão por 5 minutos.

2 – Com uma xícara, retire a quantidade de porções desejadas e adoce a gosto.

3 – Ao ouvir a sirene da polícia, diga: “-Eu sou inocente! Não matei ninguém não sinhô!

*Produto não indicado para lactantes.

**Chá de Camila é um medicamento. Leia a bula.

Esse medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue.

Jim E Seu Brinco Maravilhoso

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“Outro dia qualquer o século XXII ainda vai cair em pedaços” era o que Jim pensava enquanto assistia o noticiário no café da manhã antes de se apresentar na sessão aberta de prestação de contas da Câmara de Vereadores de sua cidade após o incidente dos soterramentos em massa.

Como coisas estranhas andavam acontecendo com o clima desde que os pólos derreteram e 6 dos 12 maiores vulcões do planeta despertaram com grande atividade. Os tempos eram estranhos e a própria Câmara de Vereadores havia sido soterrada de modo que a reunião aconteceria na própria Prefeitura.

“Nada poderia ser pior pra começar o dia”, imaginava Jim, um jovem aficionado por histórias em quadrinhos ainda com devaneios de dias de aventura em plenos 19 anos de idade.

– Jim, ou você entra nesse carro ou esquece a carona! Eu tenho horário! – gritava Arnaldo Oswald, seu pai, enquanto o sonhador enfiava uma última colherada de cuzcuz goela abaixo, já de pé, enquanto desligava a TV e correr para o carro voador de seu pai.

-Você tá em cima da hora de novo… – disse Heloísa quando Jim chegou ao trabalho – mas eu nem sei porque me dou ao trabalho de te avisar. Pega o celutablet e grava o que der da reunião, ok?

Nota:  *Celutablet é aparelho dobrável que substituiu tablets e celulares em 2089,  inventado por Eustáquio de Coimbra, Ibipitanguense que herdou a Microsoft após descobrir que o bisavô de Bill Gates havia andado de putaria em SP com uma futura ex-prostituta Ibipitanguense que viria fugida reencontrar seus familiares, que a renegaram, o que fadou apobre alma a se reproduzir em troca de incentivos monetários na antiga “rua do Articum”. Sendo o único elo familiar de Bill Gates e bisneto de um dos poucos retirantes nordestinos sobreviventes do massacre ocorrido na grande “Batalha da Anhanguera”, de 2026, pouco antes da destruição de Arujá por uma bomba nuclear, conforme está escrito no livro das Crônicas Nordestinas do Google. Para maiores informações, pesquise no banco de dados do Google pelos Verbetes: “Cristiano e a Profetiza de Arujá”.

Heloísa, da mesma idade que Jim, estava trabalhando há apenas 3 meses na prefeitura, mas tinha um modo muito profissional d lidar até com funções bobas do dia-a-dia. Mas Jim mal conseguia prestar atenção no que ela dizia por conta do tamanho do decote que ela usava enquanto pensava se era possível fabricar roupas que disfarçassem o volume ostentado por Heloísa, sem saber ao certo se isso seria boa ou má ideia, mas tendo convicção de que trabalharia melhor sem certas distrações.

-Digníssimos representantes dessa casa, a razão de nossa presente reunião aberta a público terá por pauta a prestação de contas do exercício dos meses de janeiro a abril, bem como a votação do local para a construção da nova Câmara de Vereadores, haja vista que o local da antiga se encontra em estado impróprio para construções após avaliação dos engenheiros da prefeitura – disse o Presidente da Câmara.

O fato é que, após as inundações (que tomaram 30% das áreas baixas e planícies do globo em grandes lagos salobros, alguns dos quais imundos inclusive, reflexos da poluição do século anterior) as zonas mais altas se tornaram as únicas disponíveis para moradia, mas os pobres viviam em regiões intermediárias, sempre sujeitas a deslizamentos do que quer que estivesse em cima. Por alguma razão desconhecida, todo o solo do planeta adquiriu uma consistência arenosa difícil de estabilizar e deslizamentos de construções verticais eram constantes. Tão constantes que estavam em desuso. As remanescentes era patrimônios histórico que eram constantemente tombados… Literalmente.

– Ninguém se mexe! – gritava um oficial da milícia civil, entidade que substituiu a polícia militar após a terceira guerra mundial. Senhores Manfred Pereira, o Roberto Guedes, o Antony Hernandez e o Fernando Bastos Schneider, os senhores estão presos por desviar verba pública para uso pessoal!

– O quê?! Como assim? – essa era a única reação dos pederastas surpresos com a dificuldade de fraudar a prestação de contas no governo Google.

– Olha que esse trabalho tá ficando cada vez melhor! Dá um close no pessoal da milícia Jim, tenho uma colega que vai adorar postar isso no blog de notícias do Olho Urbano.

Jim fazia sinal de “positivo” com a mão enquanto Mauro Pacheco, tesoureiro, tentava sair com um sorriso maroto disfarçando uma ida ao banheiro quando 2 integrantes da milícia civil saltam sobre ele algemando-o e lendo seus direitos.

– Jim, fala pra esses caras me soltarem véio, teu pagamento sempre caía em dia desde de quando você tava nos serviços gerais ano passado!

– Vai se ferrar Mauro! Dizia Jim ao ver Mauro ser levado algemado escadaria abaixo enquanto preparava uma bela cusparada para acertar na nuca do ex-tesoureiro quando descessem o terceiro lance de escadas.

– Diante da presente situação, declaro que o PL.com venceu a decisão do local e suas empresas associadas têm preferência na escolha da empresa que receberá a licitação para a construção da nova câmara de vereadores. – dizia o Presidente da Câmara com voz robótica e monótona.

– Uma pena. Agora que o pessoal do PL.com ganharam acho q é adeus à biblioteca da prefeitura.

***De fato, no século XXII papel era algo dispensável e certas formas de arte desligadas da informática não eram muito valorizadas. A prefeitura de Capitol City tinha uma das maiores bibliotecas de gibis do mundo.

– Puta merda véio! O que você acha que eles vão fazer com os gibis, Helô?

– Eu te aviso quando souber. Também tem alguns que eu queria levar pra casa, a saga de apocalipse, os do Thor e dos Vingadores. Sabia que o gibi era diferente dos filmes do século passado?

– Sei sim. Vou fazer o upload da filmagem pra nuvem e você pode enviar pra sua amiga do blog de notícias.

O celutablet dobrável de Jim vibra com uma mensagem na tela. Ele mesmo deveria ajudar a limpar a poeira dos gibis da biblioteca e separar o que iria pra venda de quintal da prefeitura e o que ele e Heloísa levariam pra seu próprio entretenimento.

– Perfeito! – pensou Jim.

– Pessoas levando gibis embora da prefeitura… Fico pensando se alguém algum dia sonhou que o Google se tornaria o governo digital unificado de todo mundo ocidental e que prefeituras seriam governadas por sistemas de computador, ou reuniões de vereadores seriam presididas por droides e que bibliotecas seriam entulhadas de gibis cheios de poeira. Graças a Deus acharam a cura pra rinite ou a gente ia morrer nesse pó.

– Caraaaaca véio! Wolverine em fotonovela, a saga do Japão!

– E garotas com peitos transgênicos de fora.

– Ah… isso é detalhe… o legal é a história. E você sabe que peitos transgênicos são decisão dos pais e não das garotas.

– Homem é tudo igual mesmo… Vem cá, isso é telenovela ou pintura a óleo? parece realista mas não tanto.

– Ei Jim! Helô! Blz?

– Oi Ed! Veio catar gibis? Achei a telenovela do Wolverine man!

– Cara, quantas vezes eu tenho que dizer que não é telenovela, é graffic novel!

– Ah, que seja. Acho que tem um brinde, tem um saquinho tipo card aqui dentro.

– Deixa eu ver?

– Não, nem vem. Você já pegou os gibis do Thor!

– Nossa Jim, é só um brinde de gibi, não é um anel mágico como do Lanterna Verde.

TUDURUDU! Soa um celutablet com o último informe do dia: O castelo de Walt Disney e o Taj Majal desabaram produzindo uma nuvem de poeira tóxica, portanto cubra boca e nariz com toalha ao sair.

– Desabamento de novo? – disse Jim.

– A gente vai sair igual os caras do Faith No More na turnê de 2016, lembram? Tem o vídeo no youtube do show em Madri. Poeirada do caramba! Super momento histórico.

– É, Mike Patton arrasou… até terem que deixar a cidade.

UOooOoOoOoOh!

– Alerta de tremor! – disseram os 3 amigos em uníssono.

Embora o sistema do Google houvesse previsto o tremor, incidentes pequenos não eram mais informados. No meio da sujeira de uma parede que caiu, Jim encontra seu segundo brinde do dia.

– Tá todo mundo bem? Perguntou Heloísa.

– Meu, acho que hoje é meu dia de tremor da sorte! Olha meu novo achado!

– O brinco de wormwood. Que droga é essa?

– Sei lá, mas é MEU! HAHAHA!

Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep! Beep!

 

– Merda! Perdi o horário! Vou me atrasar pro trabalho! Maldita função soneca!

De fato Jim saiu tão apressado para o trabalho que não notou ter vestido uma das calças esportivas de seu pai, um tanto quanto largas para ele, de modo que exponha grande parte de sua underwear (todos os nomes constrangedores foram substituídos por estrangeirismos americanos logo após a dissolução dos EUA em 37 países distintos).

– Onde diabos você estava? Eu tive que ficar no seu lugar pra registrar o vídeo da reunião e encriptar pros engraçadinhos do Mefisto.com não fazerem montagens com chifrinhos e bigodes da assembléia!

– Foi mal Helô…

– Ah, esquece… Faz o seguinte, por hoje você fica no meu lugar no digitalização de registros públicos.

– Tá, me empresta seu cartão pra eu ter acesso.

– Toma. Mas vai logo! Tenho pilhas de coisas pra escanear paradas por causa do seu atraso.

15 minutos depois Jim se questiona como Heloísa conseguia manter um ritmo constante de digitalização com o celutablet do trabalho e ainda haver tantas pilhas de papel. Ela foi “funcionária do mês” todos os 3 meses desde que Jim começara naquele emprego e ainda havia montanhas de documentos, licitações, registros de trabalho e informes de rendimento retroativos que precisavam ser lançados manualmente no sistema. Era assim que, volta e meia, eram descobertas as falcatruas do “elemento humano” dos governos. Jim resolve que precisava tomar ciência do estado de seu visual no banheiro.

– Caracas, tô com uma cara péssima. Vou lavar o rosto, ajeitar essa roupa, por a camisa pra dentro da calça (espero que ninguém tenha visto meu underwear…), ah e esse tal brinco de wormwood é bem estiloso, acho que vou colocar essa bodega pra dar mais um ar de autoridade.

Obs.: No século XXII brincos são interfaces de comunicação sofisticadas via satélite instantaneamente plugadas a celutablets, macs, gps e redes sociais. Além de fazer com que você fique com ares de pirata mouro, se é que já houve algum mouro pirata…

Jim entra no banheiro feminino da repartição porque o masculino havia tido a privada detonada por uma bombinha posta por um estudante numa visita escolar ao local. De qualquer forma, a única mulher que trabalhava no setor de informática da prefeitura era Heloísa.

– Véio, como é que coloca esse troço? Ah, saquei! Isso solta e aí ele abre! Show!

Jim coloca o brinco de wormwood sem saber que se tratava de um anel dos extintos nibelungos com o poder de alterar a forma de seu corpo e lhe dando habilidades sobre-humanas!

O que não agradou muito Jim ao perceber que o anel lhe tornava o que pensasse no justo momento em que olhou para suas orelhas e lembrou dos lóbulos de seu avô.

– Volta ao normal anda! Volta! Ah, tô pegando o jeito! Eu bem que podia sair por aí e virar um super-herói com um negócio desses, como o ciborgue  dos Jovens Titãs… (não, não fiquei negão o suficiente), ou o Flash! Hahaha, tô igualzinho!

– Jim! Já voltei. Preciso do meu cartão. Você não entrou no banheiro feminino de novo não, né?

– Hã… Talvez?

Corte pro noticiário da noite:

– “Estranhos incidentes envolvendo jovens traficantes dependurados de ponta a cabeça em prédios e amarrados com fechos de plástico em becos escuros tem surpreendido a polícia que suspeita da ação de vigilantes…”

– Ei Jim, já pensou se esse cara é o responsável pelo sumiço dos fechos da prefeitura? Ele ia levar um sermão da Helô sobre responsabilidade! Hahahaha!

– Hein? Ah, foi mal eu não prestei muita atenção.

– Se liga velho, a gente vai pegar os skates, segue até a casa da Judith e vamos no furgão do Pietro até o show do Shadow Blade. Vai ser demais!

– Olha aqui vocês dois, 2h da manhã é o limite, eu não quero saber de desculpas.

– Falou dona Cláudia… Simbora Jim!

– Tchau mãe…

– 2h da manhã menino!

– Tá, tá, tá bom mãe, nojeira!

Com a saída de Jim e Ed, dona Cláudia nota que as notas de Jim tem caído, seus olhos andam sempre vermelhos e ele não parece estar dormindo muito bem, além se estar tendo aumento do apetite enquanto emagrece e resolve ligar pro pai do garoto, sentindo a ironia que era fazê-lo após ter dito na audiência de divórcio que jamais iria querer ouvir a voz daquele “desgraçado de uma figa” outra vez.

– É sério Arnaldo! Você precisa conversar com esse garoto! Arnaldo, ele pode estar usando drogas!

– O Jim usando drogas? Não seja histérica mulher! Tá mais é mais provável Jim ter encontrado um artefato místico-tecnológico que lhe dê super-poderes…

As Viagens Interdimensionais de Johnny B. Goode – Episódio 01

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Eu estava de férias no Rio de Janeiro e, como todo bom turista, queria ver o Cristo Redentor, mas a cidade já não era a mesma: estava parcialmente alagada e novas construções hi-tech se projetavam às alturas contra a lei da gravidade. Entre elas havia várias jacuzzis no formato de cuias com um acabamento que fazia pensar se não seriam 3 cuias, uma dentro da outra, todas flutuando no ar, bem acima do Cristo.

Como se já não fosse estranho o suficiente, havia um grande totem erigido de modo a ultrapassar o Cristo Redentor em altura, com vários jardins suspensos sobre ele.

“É um péssimo momento pra enfrentar meu medo de altura”, pensei. Mesmo assim, eu e mais um casal de turistas, entramos na fila para o banho de jacuzzi, que era uma atração muito popular entre os turistas.

Ao entrarmos, houve um problema com o sistema eletromagnético de suspensão, de modo que fomos arremessados, os 3, pra fora da piscina numa velocidade absurdamente alta. Enquanto senti a queda, só me restou pensar: “Pronto, tô morto”. Eu via o Totem e o Cristo enquanto a vertical da morte nos aproximava do chão, mas caímos os 3 numa das zonas alagadas da cidade. Estávamos vivos! …Mas perdi minha mochila.

A medida que a onda de choque passava, involuntária e automaticamente, fomos lançados para uma das zonas de comércio, parcialmente alagadas do RJ. Sem camisa, perdido na queda, fui tentar entender onde estava quando, de repente, um movimento popular de revoltosos surge do nada! Consigo arranjar um colete de couro e, quando me olho no espelho, estou com cabelos lisos caindo sobre as sobrancelhas, e uma barba digna de um profeta bíblico… Sou arremessado pela segunda onda de manifestantes (que destruía tudo por onde passava) contra um outdoor e busco refúgio dentro de um ônibus interestadual (que parecia ser da Transdutra) que se dirigia para Curitiba. Depois da viagem, descubro 2 de minhas ex-colegas de faculdade dentro do ônibus. Conversamos e descemos onde deveria ser a rua 15 de Novembro (que nem é tão perto da rodoviária) e a rua estava em movimento de pico por conta de uma feira que estava acontecendo ali (mas a rua parecia mais a praça da feira de Ibipitanga-BA, por alguma razão inexplicável). Me despeço de minhas colegas e decido procurar minha mochila e meu laptop nos sites de “achados e perdidos”, quando uma onda catastrófica de inundações e deslizamentos de terra assolam todos os pontos secos do mundo.

Perco parte da memória e, dias depois, me vejo num abrigo próximo a uma floresta num local desconhecido. Estou desnutrido e quero água. Mas há 16 formas de água e nem todas se podem beber…

Converso com a líder do acampamento… Era a mesma líder dos manifestantes do RJ. E tinha certo zelo pela vida humana, mas agia como uma chefe de gangue, devido a sua ideologia política de esquerda, e não aceitava questionamentos.

Uma criança, que ouviu minha conversa com a líder, fica estranhamente interessada em minha mochila, como se meu laptop fosse a chave para se comunicar com os aliens e se ver livre desse planeta destinado à morte. Mas todos sabemos que os aliens só resgatarão uma única pessoa… eles mesmos já disseram no jornal.

Mas a menina tinha tendências sociopáticas e era extremamente inteligente. Eu descubro, por comentários de meninos xucros que estavam passeando na floresta, a descrição de um objeto que tinha que ser minha mochila, mas estava com muita sede para ir ao local e olho os 16 exemplares de água que os manifestantes colheram para análise.

“Dessa você pode beber!” – disse a menina com um sorriso diabólico. Como era um sinal de desrespeito aos manifestantes desconsiderar seus comentários, por mais crianças que fossem, resolvi beber (afinal, estava doido de sede). Não sabia o que significava o rótulo. “Água ébria”… Nunca vou me esquecer dessas palavras. A garota ri e ruma para pegar minha mochila, ao que a líder entra na sala e me diz: “Você tomou a água ébria? Ficou louco? Ela vai desidratar todo o seu organismo! Não é para beber, é para matar! Como penitência, você deverá correr até o Cristo e retornar. Talvez o calor possa fazê-la evaporar de dentro de você pra fora. Mas você só tem 5 minutos. É sua punição eterna!”

Eu obedeço imaginando se essa mulher não estaria louca, mas me sinto ressecado por dentro e corro com uma energia que não parecia se esgotar. O Cristo redentor não estava a mais de 2 ou 3 quilômetros de onde estávamos e podia ser visto no horizonte de uma ladeira. Estava torto e não havia água perto. Também não me dizia nada sobre minha localização, já que muitos monumentos pareciam fora de seu devido lugar depois do desastre, pelo que me disseram…

Enquanto corro a estrada de volta avisto uma improvável zona de comércio onde havia amendoins japoneses salgados e resolvo comer para morrer feliz. Também havia pães de queijo, mas a velocidade estava fazendo minhas partículas vibrarem tão rapidamente que eu atravessava dimensões. Resultado: Acabei retornando a Guarulhos, num mercado do Carmela onde ainda havia amendoins japoneses, mas pães de queijo não mais existiam em parte alguma…

A Trágica Trajetória Uniforme Retilínea de Juliana

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Uma história baseada em fatos reais… E paga em dólares!

Sertão nordestino, região do centro-oeste baiano. Foco de mais uma história de desumanidades. Essa é a história de Juliana. Apenas Juliana, sem nem um sobrenome sequer. Juliana não existe para a sociedade. Não se sabe se algum dia já fora registrada… Se foi, seus registros se perderam no tempo…

Apesar de desgastada por anos de maus tratos, Juliana permanece firme em seu trabalho corriqueiro. Sob condições aviltantes desde sua mais tenra idade, Juliana nunca conhecera a dignidade. Nunca frequentara uma escola quando criança. Aos olhos de seus patrões, sua única função é a de “burro de carga”.

Há mais de 30 anos, Juliana enfrenta cargas de toda a espécie a calor diário típico do semi-árido, entre 32 a 4000 graus, transportando desde pedras para construção, até a coleta de leguminosas de sinhá Madalena que, quando muito, lhe retribue apenas o bastante para perpetuar-lhe o vício do álcool. À pobre Juliana resta apenas a conformidade de não possuir dinheiro o bastante para uma alimentação digna.

A jornada de trabalho dessa senhora que já há muito passara dos 40 (não se sabe ao certo a idade de Juliana), começa às 5h da manhã e dá-se por encerrada às 5h da tarde tendo uma insignificante pausa para o almoço quando seus senhores descansam negligenciando o alimento reparador para Juliana, que não tem família nem nunca teve ninguém que a defendesse.

Suas ferragens tem se degenerado pelos dias de esforço excessivo exposta ao sol, chuva e lama, sem mencionar as toneladas que é obrigada a transportar quase diariamente. Sem nenhum respeito próprio, a rotina de Juliana é ser humilhada e taxada de inútil. Suas poucas tentativas de protesto sempre são aplacadas pela fúria de seus senhores quando esta se cansa ou se nega ao trabalho por não estar em condições. Aos seus tímidos protestos retaliam as pessoas das mais diversas classes sociais com xingamentos de toda espécie – seus defeitos são ajeitados com qualquer gambiarra para que continue seu trabalho, além das ameaças de ser substituída por uma F-1000 semi-nova em melhor estado.

Destituída de qualquer prazer de viver, nunca tendo conhecido o significado do que é “ser humano” com sua aparência idosa tendo já passado por diversas substituições de peças, nos seus poucos e últimos dias de vida lhe resta apenas continuar a ser explorada até que seu pobre motor desgastado tenha seu devido descanso no descaso…

A única tímida esperança que lhe resta é ser relegada ao esquecimento num ferro-velho qualquer onde não ler-se-á numa lápide:

“Aqui jazem os restos mortais duma esquecida, não amada, e sem família. Eis aqui os restos mortais de um exemplo de abnegação total e nulidade, um modelo de caminhonete desconhecido e não mais fabricado, cujo legado será, ironicamente, motivo de chacota entre os ibipitanguenses de várias gerações até que Juliana seja finalmente substituída por outra caminhonete qualquer… e assim, transportada peça por peça ao eterno vazio do esquecimento…

Em memória de Juliana – a caminhonete mais triste que eu já conheci.

Ode ao Thiaguin

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Cê fraga líquidos, véi? Thiaguin tem altos líquidos! líquido gasoso, líquido solido, líquido líquido, fraga véi?

O pai do Thiaguinho tem a carteirinha do uótergueiti, fraga?

Esses dia George Lucas, fraga, George Lucas, ligou lá: “E aí, pai do Thiaguin, me ajuda a escrever o episódio 4, 5, 6?” O cara é foda…

Cê fraga empresa de telefone, véi?

Thiaguin muda de numero a cada 25 segundos, sô!

Pai do Thiaguin tem a carteirinha da Anatel, fraga? Os cara da Anatel tudo liga lá pro pai do Thiaguin:

– Alô? Pai do Thiaguin? Como é q faz pra grampear os telefone do Zé Serra, da Dilma, do Maluf?

Pai do Thiaguin é foda!

Ele tem a carteirinha da CPI do mensalão, fraga?

Zé Dirceu liga lá pro pai do Thiaguin:

-Alô? Pai do Thiaguin? Aqui é Zé Dirceu, véi! Como é q faiz pra encher o cu de dinheiro?

Por isso q o Thiaguin vive mudando de número, véi. Aí ninguém rastreia quando ele foge da cadeia.

É, véi! Thiaguin tem a carteirinha do Prison Breik, fraga? Maicou Scófild, Lincol Banrrous, Bruno e Marrone, fraga?

Thiaguin ta demorando véi. Não atende o telefone. Thiaguin deve tá fugindo da cadeia de novo, no Titanic, pra Londres véi.

O cara entra no Titanic, altos morto-vivo reencarnado da década de 20 e esquece dos chegado, mano.

Já falei com ele:

-Thiaguin, cê é loko véi, fugindo da polícia na porra do Titanic?! Vai q os Iceberg cai do céu cheio das kriptonita muilo loka e vocês todos viram tartaruga ninja, véi!

Aí Thiaguin fala:

-Ah, pega nada não! Pega nada não!

Ja falei com Thiaguin:

-Cê vai morrer de loucura, Thiaguin! Vai morrer de loucura, morrer jovem, sem constituir família!

Cê fraga línguas véi? Pô, claro que cê fraga, né? Mas cê não fraga idiomas, sô!

Pai do Thiaguin fala todos os idioma, fraga? Inglês, Francês, Alemão, Turco Otomano Austríaco, Latim, Binário, Mímica, fraga? Todos os idioma véi! Todos os idioma!

Pai do Thiaguin tem a carteirinha do si si ei ei, fraga?

Os cara q viaja no tempo tudo liga pro pai do Thiaguin:

-Alô, pai do Thiaguin? Aqui é o Bill e Ted, mano. Como é q traduz o Codex Gigas pras língua gótica, sô?

Pai do Thiaguin é foda!

Oh, cê tem a carteirinha do Moulin Rouge, véi? Pai do Thiaguin tem a carteirinha do Moulin Rouge, sô. Tudo dentro da base da NASA lá do sítio do pai do Thiaguin, véi. Cheio de árvore, carro, striper. Tudo gado do pai do Thiaguin, véi.

Até a Dercy Gonçalves liga lá do inferno pro pai do Thiaguin:

-Alô, pai do Thiaguin? Vai chupar um canavial de rola, caralho!

É véi, pai do Thiaguin conhece o capeta, sô!

Cê fraga feriados, véi? …É feriados, sô! Aqueles que têm várias temporadas.

Thiaguin tem todas as temporadas da turma do Thiaguin, fraga? Pai do Thiaguin grava a turma do Thiaguin em tempo real véi!

Pai do Thiaguin tem a carteirinha do Big Brother, fraga? George Orwell liga lá pro pai do Thiaguin:

-Alô, pai do Thiaguin? Como é q eu faço pra espionar as casa e dominar o mundo, sô?

O cara é foda! Pai do Thiaguin tem a carteirinha do Pinky e Cérebro.

O pai do Thiaguin conhece os irmãos Write, fraga? Os cara tudo liga pro pai do Thiaguin:

-Alô, pai do Thiaguin? Como é q faz pra eu roubar o projeto do 14 bis?

Oh véi, cê fraga veículos?

Thiaguin tem a carteirinha do transporte público, fraga? Altas lotação voadora, ônibus, submarino, motoboy, espaçonave, fraga? Thiaguin viajou pra Marte na Kombi do pai dele. O pai do Thiaguin tem a carteirinha da área 51, fraga?

Os E.T. liga tudo pro pai do Thiaguin, véi! É sô!

-Alô, pai do Thiaguin? Aqui é o E.T.! E.T., Casa! Inch from roume!

Pai do Thiaguin tem a própria frota da interpraize, véi! Os cara de Estar Trek q arruma pra ele, véi! O cara tem a carteirinha da NASA. Doido demais, sô!

Dentro da interpraize do pai do Thiaguin cabe 6 frota de homem-elefante, 4 tiranossauro rex, 3 carregamento do Senhor da Guerra e 12 legiões urbanas, fraga?, só de prostitutas da rua Augusta véi.

Se enfileirar tudo dá 2 voltas na Terra! Meo! Muito doido! Muito doido, sô!

Falei com Thiaguin: Thiaguin, teu pai tem q economizar grana véi, vocês ficam adquirindo esses altos bens de consumo sô, a santa inquisição vai enrabar vocês uma hora, véi! Mas Thiaguin não acredita… Thiaguin fala:

– Pega nada não!  Pega nada não!

Mas sabe porque ele diz que “pega nada não”? Porque o pai dele tem a carteirinha do vaticano, sô!

Papa Francisco tudo liga lá pro pai do Thiaguin:

-Alô, pai do Thiaguin! Como é q faz pra excomungar o Maradona? O Richardson, o Pokémon de Jesus?

O cara é foda véi!

Thiaguin tá demorando sô…

Cristiano e a Profetiza de Arujá

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O toque de recolher soou outra vez ordenando a todos do pequeno município de Arujá-SP. Já era chegado o momento de se alojar em casa. Portas e janelas fechadas e a lembrança de tempos mais pacatos lhe vêm à memória, mas que isso importa? A correria do dia-a-dia era a mesma de anos atrás, mas o temor era totalmente novo.

Há pouco a grande São Paulo estava sitiada e seu suprimento de água e alimentos apenas diminuía. Quem teve oportunidades fugiu antes da cidade ser sitiada. A maioria, por outro lado, permaneceu temerosa de abandonar velhos hábitos ou simplesmente não acreditou que as coisas chegariam a essa proporção. Cristiano era o segundo caso. Sonhos repetidos com explosões em forma de cogumelo e um rastro de morte percorriam sua mente noite após noite.

 Eu devia procurar um psicólogo ou psicanalista… Talvez esse sonho tenha algum significado.

Mas Cristiano era um procrastinador. Mesmo em seu trabalho, muitas vezes preferia deixar as tarefas e relatórios pra última hora. Não é que fosse ineficiente, mas era movido pela ansiedade e se não conseguisse um mínimo de adrenalina não conseguia empurrar os projetos da empresa (ou os pessoais) adiante.

Ele ainda pensava em Ana Júlia, antiga namorada do setor de contabilidade, mas que havia sido transferida para o Rio de Janeiro antes da 3.ª Guerra eclodir. A derrocada do Rio e a derribada de símbolos nacionais preocupava as autoridades pois São Paulo era o último foco de resistência aos invasores. Cristiano nunca mais soube dela, mesmo tendo sido ele quem terminara, na época, por medo de compromisso. O mesmo tipo de medo que fez com que tivesse cortado 2 dedos de cada uma de suas mãos para se livrar do fronte de combate Há poucos meses. “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil o caramba!” – ele dizia a si mesmo.

Não houve tratado de paz, mas já fazia 2 meses que nem um único tiro era ouvido em toda grande São Paulo. E isso era por demais estranho tendo em vista esses tempos difíceis.

– “O estado de sítio à grande São Paulo já está em seu 6.º mês após a grande batalha da Anhanguera e ainda não há sinal de uma possível saída diplomática…”

 Eu nem sei pra que ainda vejo jornal… – pensava Cristiano. Estou morto de sono… O que tem nos outros canais?
 Arrependei-vos pois vos é chegado o reino de Deus!
 Ah, que maravilha! Programa religioso… Se bem que essa moça falando é bonitinha.
– “…Pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.” (1 Tessalonicenses 5:3).
 Eita palhaçada…
 “Por que nos assentamos ainda? juntai-vos e entremos nas cidades fortes, e ali pereçamos; pois o Senhor nosso Deus nos destinou a perecer e nos deu a beber água de fel; porquanto pecamos contra o Senhor. Esperamos a paz, porém não chegou bem algum; e o tempo da cura, e eis o terror.” – palavras fortes do profeta Jeremias no capítulo 8, versículos 14 e 15 de seu livro. Muitos pensam que haverá paz, mas não haverá. O fim se aproxima, reconciliem-se com Deus! Arrependei-vos pois se aproxima o tempo do fim!
 Acho melhor dormir – e desligou a TV – tenho que acordar cedo amanhã.

Porém, os pesadelos ficavam mais vívidos e Cristiano não dormia mais que 3 ou 4 horas por noite.
Na semana seguinte, Cristiano descobriu, por meio de uma prima recém-convertida ao Cristianismo, que a moça que vira na TV (a quem ele sarcasticamente chamava de “profetiza” tanto mentalmente quanto quando conversava com seus colegas) havia predito com 5 anos de antecedência a derrocada do Japão, dos EUA, da União Européia, a resistência sul-americana, a destruição do Cristo redentor e agora havia mencionado o nome de Arujá em seu último sermão.

 Vi uma grande luz e uma onda de destruição e já não havia mais Arujá… Todas as noites tenho o mesmo sonho e sinto que não devemos “recalcitrar contra os grilhões” irmãos. Todos sabemos que só há duas formas de deixar esse mundo. Ser arrebatados por Cristo ou pela morte… Mas em tudo vejo a bondade de Deus de nos permitir nos preparar para nos encontrarmos com ele. Oremos…

A essa altura Cristiano começava a pensar se os detalhes que ela vinha revelando não eram mesmo um reflexo do futuro e, se era, de quanto tempo estaríamos falando. Ele visitou a comunidade onde a moça de nome Jennifer pregava e por três vezes ele a ouviu descrever seus sonhos de uma grande explosão e eram idênticos aos seus. De fato, a ideia o perturbava tanto que chegou a descobrir em qual ponto de ônibus Jennifer pegava sua condução diária para o CRAS local, onde a moça trabalhava de dia, aparentemente inatingível ante suas próprias previsões. Por vezes chegou a tentar entender o ponto de vista de Jennifer enquanto ela lhe falava da vida, da morte e de Jesus.

 O apóstolo Paulo dizia que “o viver é Cristo e o morrer é ganho”. No princípio os monges cristãos tinham o hábito de se saudarem com a famosa frase “carpe diem” (“aproveite o dia”, em latim) e a frase hoje caiu no gosto popular pra satisfazer os desejos desenfreados de pessoas que tem um rei na barriga, mas tudo no Cristianismo é um enigma de vida e morte. Não vejo as pessoas mencionarem, por exemplo, que os monges que eram saudados com essa frase respondiam “memento mori” (que significa “lembre-se que vai morrer”). A vida sem Cristo não tem propósito. Ele mesmo disse que “Quem amar essa vida perdê-lá-á, mas quem perder a vida por amor de mim achá-la-á”. Todo cristão deve estar sempre pronto a morrer.
 Ok, você faz ideia de como esse papo soa perturbador pra mim? Tipo, é bonito, cipá dá pra comparar com uma poesia gótica, mas na prática ninguém quer morrer.
 Não se trata de querer morrer, mas encontrar seu propósito. Deus nos fez com um objetivo e uma vez descoberto você deve viver e morrer por ele se preciso.
 E qual é seu objetivo?
 Que as pessoas saibam que Cristo é o salvador e que não precisam temer a morte se tiverem fé. Assim como Jesus ressuscitou, assim também ressuscitarão seus amado servos que amparam ao próximo, obedecem e proclamam seus mandamentos ao mundo. Todas as religiões tem sua versão de fim do mundo, mas só conheço o Cristianismo nos dizendo pra nos preparar pro nosso próprio fim. O mundo talvez não acabe nessa guerra, mas muitos de nós vamos perecer.
 Você realmente acredita nisso?
 De todo meu coração.

Aquelas palavras fervilhavam na mente de Cristiano, até que, 2 dias depois o jornal anunciou que, segundo fontes seguras, os invasores haviam realizado a construção de 4 objetos estranhos nos 4 pontos cardeais das cidades da grande São Paulo. Ninguém sabia do que se tratava e aviões começavam a circular de um lado para o outro. Pessoas ligavam umas para as outras alegando que algo as detinha e não havia como deixar as imediações como se houvesse uma barreira invisível que não lhes deixava sair dos limites daqueles 4 objetos que pareciam rodas com símbolos que lembravam olhos como nas penas de um pavão.

 O que há com esses aviões? – Cristiano se perguntava enquanto um elemento novo surgiu em sua mente, do qual não se lembrava: havia algo caindo de um desses aviões em seu sonho antes da explosão, mas esse detalhe não estava claro para Cristiano até ter um “deja vu”.
 Estranho… – Cristiano pensava – era exatamente assim que eu está vestido, só falta um carro frear bruscamente quando uma garotinha de vestido amarelo for pegar a bola em frente à padaria…
 Sai da frente guria! – gritava o motorista de um Gol prata para um menina por volta de 6 anos que pegava sua bola amarela e corria pros braços da mãe.
 Não! Não pode ser! Hoje não!

Cristiano avistou Jennifer que, sem se dar conta de sua aproximação, adentra a uma lotação como num dia qualquer em direção ao trabalho. Ele corre e grita para que o cobrador lhe abra a porta e adentra no exato momento em que um avião liberaria algo que descia vagarosamente, para quem visse, em direção ao solo.
A Cristiano sobrou tempo de ofegar apenas uma frase disparada a Jennifer de supetão quando seus olhares se encontram:

 O dia é hoje. Para onde fugir?
 Para lugar nenhum. – disse Jennifer com expressão severa.
Houve um clarão… um grande estrondo e logo… não havia mais Arujá.

>>. Continua…

Para Willie Nelson

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Willie, o homem vestido de castor (que na verdade era um macaco alado da bruxa do oeste) caminhava alegremente pela estrada de tijolos amarelos que o conduzia de sua casa de madeira submersa até a floresta de sequoias verdejantes do velho oeste quando avista, ainda ao longe, a meros 5 metros de distância, aquele lugar – que outrora fora um museu de épicas conquistas de grandes nomes de um passado distante – em que se lia na placa de entrada: “Monumento ao fundador do Gran Canyon”.

O prédio, de apenas 1 andar térreo, aparentava mais ser uma casa de adobe condenada pela defesa civil, tendo perdido todo o glamour suntuoso lembrado na infância de Willie que agora, com um lágrima vertida do mais profundo de seu coração emergindo sabe-lá por quais vias biológicas por seu olho esquerdo, disse a si mesmo a máxima que esperava ser a última de sua existência:

“Não quero viver num mundo onde não exista um monumento ao fundador do Gran Canyon!”

Correndo com um misto de euforia e miséria, Willie, o homem vestido de castor (que na verdade era um macaco alado), encontra uma alavanca que resolveria todos os seus problemas! Mentalmente, Willie vira a alavanca, já do lado de dentro do prédio condenado, esperando unir-se a eterna escuridão que viria após a explosão do monumento decadente.

…Mas, para a surpresa de Willie, tudo naquele lugar explodiu… menos ele.

Fim

Para a mulher que nunca conheci…

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A mulher que nunca conheci
Diz “sim” quando quer dizer “sim”;
Diz “não” quando quer dizer “não”.

A mulher que nunca conheci
Não me arrebata os olhos ou o coração.
A mulher que nunca conheci não seduz por interesse, nem é guiada por paixão.

A mulher que nunca conheci sabe que sou esse amontoado de raiva, tristeza e sonhos desfeitos.
A mulher que nunca conheci não se afasta ao vislumbrar minhas sombras.
A mulher que nunca conheci bebe das águas de minha guerra.

A mulher que nunca conheci se afoga em trevas longe dos interesses de homens lascivos.
A mulher que nunca conheci sabe que pode arrumar coisa melhor que meia dúzia de elogios e um carro ou cargo.
A mulher que nunca conheci odeia a solidão dos justos.

A mulher que nunca conheci não dará um pai qualquer a seus filhos.
A mulher que nunca conheci não engana e nem se deixa enganar.
A mulher que nunca conheci sabe que em coração e aparência não se pode confiar.

A mulher que nunca conheci quem sabe eu nunca conheça.
A mulher que nunca conheci talvez ande por aí sem ser vista e sem me ver.
A mulher que nunca conheci talvez nem exista.

Mas se existir…
Meus parabéns, esse é seu dia
E meus dias serão todos seus…

Porque se você não for a mulher que eu nunca conheci, então…
Nesse dia,
Eu não tenho nem terei nada para comemorar.

Na Latrina do Amor 2.0 (parte 4 – A Vingança do Sith!)

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Mas primeiro, uma palavrinha de nossos patrocinadores:

paula fernandis

Na Latrina do Amor oferece: Trilha Sonora de “Na Latrina do Amor – Greatest Hits” Nacional e Internacional! Incluso o grande sucesso “canção fúnebre maldita do satã” na voz de Faula Pernandéz!

 

Refrão da música:

– ¡Besameeeee! ¡Besameeeee muuuuuchooooo! ¡Como si fuera esta noche la ultima veeeeeez! ¡Besameeee, besame muuuuuucho! Que tengo miedo perderte, [pausa] perderte despueeees!”

  

ImagemLombarda Sofia e seus 2 irmãos mariachis na frente da casa de Diógenes começam a entoar a canção fúnebre maldita do satã e eis que surge o pentagrama sagrado e 3 cérebros infernais rumam para guardar a casa agora amaldiçoada de Diógenes onde passará toda a eternidade feliz ao lado de sua amada q havia voltado à vida.

E todos viveram felizes para sempre!

Mas peraí… Cadê o Black Kamen Rider q ia fazer participação especial? Bom, se você der um zoom na câmera, comprando um bolo de milho na padaria de seu Aníbal, ao lado da casa de Diógenes, Black Kamen Rider estava recebendo sua sacolinha e seus 50 centavos bem na hora em que começaram a subir os créditos de encerramento da novela.

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Epílogo: Lombarda Sofia e seus 2 irmãos mariachis se juntaram ao grupo de música cigana Gipsy Kings em turnê com Black Sabbath e chegaram ao disco de ouro em 1989 e todos viveram felizes para sempre… De novo. Menos o Ozzy, q foi processado por plágio da “canção fúnebre maldita do satã”.

FIM!

ozzy