Quem sou eu?
Por que a pergunta?
Desde quando isso importa?
Relegado ao abandono e à escuridão vazia e opaca dessa ardência que eclode de minhas entranhas…
Ignorado enquanto agonizo como um pária envolto pelo lixo
Uma única palavra me define:
– rejeitado –
Esperando por mais um de seus olhares vazios
Meu braço estendido para o nada não vai te alcançar
Já que se acha tão melhor me explique,
Elucide-me do porque
Você dá às costas a tudo que te esperava
(todas as coisas que eu odeio me espreitam em derredor)
Eu nem sabia o que você de mim esperava
Esse tempo em que pensas ter achado a resposta
Apenas aponta o quanto você desistiu
(você desistiu de nós)
Lágrimas de prisioneiro descem pela minha face de encontro a um chão de concreto
Eu devia ter te matado quando tive a chance!
(eu devia ter me matado quando tive a chance!)
Ande, vamos… Prossiga na sua estupidez medíocre
Me acuse pelos seus próprios pecados
Continue na sua levada repetitiva e falsa
Maldita seja entre os que respiram!
Mas vá… vá recuperar o fôlego arrastado dessa vicissitude repetitiva,
Revolva-se pelo solo do inconsciente e retorne para esse abismo chamado existência…
Não há sentido na labuta, na distância, no desejo
Um sono sem sonhos a todos espera esta noite…
Doce sonho…
Durma bem humanidade!
Só mais essa noite e já não nos veremos mais…
Oyasuminassai