É…
Lá se vai mais uma noite globalizada
deslizando por entre a
fibra ótica e o contínuo espaço-tempo…
E é lá
onde eu encontro ela
degustando uma manga transgênica
dependurada por entre seu ombro
e seu doce sovaco, desodorizado e sem pickles,
a cantar o hino nacional
dos United States em plena França
enquanto meu site favorito de downloads
legalizados pela mãe Rússia me informa,
em forma analfabética, em seus ícones, que
pra baixar minhas músicas agora tenho de pagar
numa moeda de uma língua da qual não sei uma palavra sequer!
Me resta apenas mais essa noite de contemplação…
Contemplar a totalidade
do todo total em sua plenitude
enquanto meus fu***** recônditos subjetivos
doravante denominados apenas como
minha mente “bom-xi-bom-xi-bom-bom-bom”
grita em silêncio mais um “putakiparil
atodosnóssimultaneamente”.
Galvão Bueno,
a retirar uma catota límpida e cristalina de sua fossa nasal esquerda,
ergue poeticamente seu indicador grudento em direção ao Céu,
– ao infinito e além! –
a desenhar uma espiral
beirando a uma epifania,
mira meu semblante caído
e como quem consola um porco véio antes do abate, me diz:
“-Don’t worry, cause
everything is gonna be alright…”
Ó Lampião,
por que te apagastes?!
Ó Maria Bonita,
por onde andas agora que estás solteira?