As Aventuras de Satanildo

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Cruzando os céus, com sua vaca imaginária, lá vinha Satanildo, filho de Satanás, mãe do anticristo…

Vagando pela escuridão dos shoppings da rua Augusta em direção à ferrovia aquática de Juazeiro do Norte, de onde encontraria sua missão: içar a bandeira da Noruega no rêgo da Torre Eiffel que, na verdade, é uma velha freira disfarçada de Oscar Niemeyer.

– Oh, mas que terras distantes são estas que avisto de além-mar? – dizia Satanildo ao cruzar o Aqueronte e se deparar com o maior empecilho de sua jornada na qual orgulharia sua mãe, Satanás, uma velha coroca para a qual nenhuma de suas entregas de pizza era suficiente para torná-lo Marechal das Potestades: um acampamento infantil de menores de idade não tão menores assim, mas não grandes o suficiente para pagar os próprios impostos.

Sim, Satanildo estava em Ibipitanga em meio a um acampamento de adolescentes que se divertiam chafurdando em sua própria ignorância num concurso cruel de flatulência interestadual dentro da barraca 6 cujo odor subia como cheiro suave de gardênias misturadas a ovos podres em conserva até as narinas de Satanildo e lhe lembrava os bons tempos da infância onde dançarinas de axé desciam até o chão na banheira do Gugu pois, naqueles tempos, não haviam gays sobre a face da Terra e tudo era harmonia e paz, pois Malafaia nos dizia o quanto a vida era bela… Até o dia em que Lula Molusco retornou do abismo com 19 dedos e graças às suas obras aumentariam eternamente o preço da gasolina.

Quando se lembrou do ranço que os intestinos de sua mãe produziam ao amanhecer ocorreu a Satanildo que deveria pedir perdão por alguma coisa que não se lembrava de ter feito, planejado ou deixado de fazer. Mas Satanildo sabia que sua mãe jamais o perdoaria por ter abandonado a faculdade de engenharia… E para quê? Para fundar a Microsoft 2.0 e vender Windows Phone pirata na 25 de março.

Mas esses dias terminariam tão logo Satanildo descobrisse como passar incólume ante o malfadado acampamento.

– Tira uma foto de nóiz aí féi!!!

– Com o celular?

– Não! Com a sua bunda!

– Peraí que tá carregando a câmera…

– Ah, eu não quero sair na foto não. Meu cabelo tá uma bagunça. Vou pra minha barraca.

– Moço, faz silêncio aí que eu quero dormir, caraí!

– Moço, o povo não quer tirar foto não…

– Ah, vai. Tira só a minha aqui na barraca mesmo.

– Falou, lá vai…

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– Essa é minha oportunidade! Serei rico! Famoso! Milionário! Provarei minha existência aos humanos e abrirei uma filial do Subway que detonará todas as lanchonetes de 25 dos 26 estados brasileiros! É agora ou nunca! – Pensou Satanildo.

– Moço, que foto esculhambada é essa? Quem é esse que tava aqui atrás?

– Véi!!! Na moral… Não tinha ninguém lá quando eu bati essa foto… #medo

Enquanto os pequenos grandes enormes e minúsculos adolescentes se debatiam de terror, Satanildo pairava suavemente sobre as pastagens da lua com sua fome encantada pra um happy hour com Constantine e Padre Quevedo, que, eventualmente ordenhava suas vacas para pagar as prestações do FIES, ainda não quitadas…

Próxima parada: Rêgo da Torre Eiffel! E que comece o Apocalipse…