Ode a Frida Kahlo

É isso mesmo pessoal: não é promoção, é edição comemorativa limitada!

Pomba Gira

Camisetas da Gretchen por apenas 3x de R$ 99,29! Você nunca viu nada igual!

Essa edição comemorativa, pessoal, é para celebrar os 150 anos de nossa heroína, Gretchen! Essa grande escritora que pintou dezenas de quadros de arte moderna no século XIX lutando contra a repressão da sociedade através das artes plásticas! Essa mulher louvável, que pegou AIDS várias vezes de seu marido Zé Pilintra e decidiu chutar o pau da barraca e viver sua vida pintando quadros sobre ter um caso com sua vizinha lésbica, e que hoje conseguiu sua emancipação na terceira idade como dançarina pornô do Gugu, recebeu ontem a maior honraria concedida pela TV brasileira: um abadá de piriguete.

Ao comprar a camiseta vocês coloboram com a excelente causa social de quitar os 14 meses de prestações devedoras da cirurgia dessa grande mulher, que agora é um homem decente e batalhador, que ganha a sua vida fazendo novelas na rede globo e surfando na praia de Copacabana! Um exemplo que trocou a AIDS pelos coliformes e estará competindo nas próximas paraolimpíadas da AACD como eunuco.

E não é só isso! Na compra de duas camisetas você só paga uma, na compra de duas você paga 3 e na compra de 3 camisetas você leva outra camiseta tamanho GG de brinde com direito a uma seringa cheia de AIDS pra você e um(a) acompanhante!

Vai ficar fora dessa ou prefere ser chamado de homofóbico? Ligue já!

As Aventuras de Satanildo

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Cruzando os céus, com sua vaca imaginária, lá vinha Satanildo, filho de Satanás, mãe do anticristo…

Vagando pela escuridão dos shoppings da rua Augusta em direção à ferrovia aquática de Juazeiro do Norte, de onde encontraria sua missão: içar a bandeira da Noruega no rêgo da Torre Eiffel que, na verdade, é uma velha freira disfarçada de Oscar Niemeyer.

– Oh, mas que terras distantes são estas que avisto de além-mar? – dizia Satanildo ao cruzar o Aqueronte e se deparar com o maior empecilho de sua jornada na qual orgulharia sua mãe, Satanás, uma velha coroca para a qual nenhuma de suas entregas de pizza era suficiente para torná-lo Marechal das Potestades: um acampamento infantil de menores de idade não tão menores assim, mas não grandes o suficiente para pagar os próprios impostos.

Sim, Satanildo estava em Ibipitanga em meio a um acampamento de adolescentes que se divertiam chafurdando em sua própria ignorância num concurso cruel de flatulência interestadual dentro da barraca 6 cujo odor subia como cheiro suave de gardênias misturadas a ovos podres em conserva até as narinas de Satanildo e lhe lembrava os bons tempos da infância onde dançarinas de axé desciam até o chão na banheira do Gugu pois, naqueles tempos, não haviam gays sobre a face da Terra e tudo era harmonia e paz, pois Malafaia nos dizia o quanto a vida era bela… Até o dia em que Lula Molusco retornou do abismo com 19 dedos e graças às suas obras aumentariam eternamente o preço da gasolina.

Quando se lembrou do ranço que os intestinos de sua mãe produziam ao amanhecer ocorreu a Satanildo que deveria pedir perdão por alguma coisa que não se lembrava de ter feito, planejado ou deixado de fazer. Mas Satanildo sabia que sua mãe jamais o perdoaria por ter abandonado a faculdade de engenharia… E para quê? Para fundar a Microsoft 2.0 e vender Windows Phone pirata na 25 de março.

Mas esses dias terminariam tão logo Satanildo descobrisse como passar incólume ante o malfadado acampamento.

– Tira uma foto de nóiz aí féi!!!

– Com o celular?

– Não! Com a sua bunda!

– Peraí que tá carregando a câmera…

– Ah, eu não quero sair na foto não. Meu cabelo tá uma bagunça. Vou pra minha barraca.

– Moço, faz silêncio aí que eu quero dormir, caraí!

– Moço, o povo não quer tirar foto não…

– Ah, vai. Tira só a minha aqui na barraca mesmo.

– Falou, lá vai…

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– Essa é minha oportunidade! Serei rico! Famoso! Milionário! Provarei minha existência aos humanos e abrirei uma filial do Subway que detonará todas as lanchonetes de 25 dos 26 estados brasileiros! É agora ou nunca! – Pensou Satanildo.

– Moço, que foto esculhambada é essa? Quem é esse que tava aqui atrás?

– Véi!!! Na moral… Não tinha ninguém lá quando eu bati essa foto… #medo

Enquanto os pequenos grandes enormes e minúsculos adolescentes se debatiam de terror, Satanildo pairava suavemente sobre as pastagens da lua com sua fome encantada pra um happy hour com Constantine e Padre Quevedo, que, eventualmente ordenhava suas vacas para pagar as prestações do FIES, ainda não quitadas…

Próxima parada: Rêgo da Torre Eiffel! E que comece o Apocalipse…

Chá de Camila

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INGREDIENTES:

*Uma Camila;

*Uma piscina de água fervente;

*Açúcar a gosto;

MODO DE PREPARO:

1 – Jogar uma Camila na piscina de água fervente e deixar totalmente submersa em infusão por 5 minutos.

2 – Com uma xícara, retire a quantidade de porções desejadas e adoce a gosto.

3 – Ao ouvir a sirene da polícia, diga: “-Eu sou inocente! Não matei ninguém não sinhô!

*Produto não indicado para lactantes.

**Chá de Camila é um medicamento. Leia a bula.

Esse medicamento é contraindicado em caso de suspeita de dengue.

A Trágica Trajetória Uniforme Retilínea de Juliana

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Uma história baseada em fatos reais… E paga em dólares!

Sertão nordestino, região do centro-oeste baiano. Foco de mais uma história de desumanidades. Essa é a história de Juliana. Apenas Juliana, sem nem um sobrenome sequer. Juliana não existe para a sociedade. Não se sabe se algum dia já fora registrada… Se foi, seus registros se perderam no tempo…

Apesar de desgastada por anos de maus tratos, Juliana permanece firme em seu trabalho corriqueiro. Sob condições aviltantes desde sua mais tenra idade, Juliana nunca conhecera a dignidade. Nunca frequentara uma escola quando criança. Aos olhos de seus patrões, sua única função é a de “burro de carga”.

Há mais de 30 anos, Juliana enfrenta cargas de toda a espécie a calor diário típico do semi-árido, entre 32 a 4000 graus, transportando desde pedras para construção, até a coleta de leguminosas de sinhá Madalena que, quando muito, lhe retribue apenas o bastante para perpetuar-lhe o vício do álcool. À pobre Juliana resta apenas a conformidade de não possuir dinheiro o bastante para uma alimentação digna.

A jornada de trabalho dessa senhora que já há muito passara dos 40 (não se sabe ao certo a idade de Juliana), começa às 5h da manhã e dá-se por encerrada às 5h da tarde tendo uma insignificante pausa para o almoço quando seus senhores descansam negligenciando o alimento reparador para Juliana, que não tem família nem nunca teve ninguém que a defendesse.

Suas ferragens tem se degenerado pelos dias de esforço excessivo exposta ao sol, chuva e lama, sem mencionar as toneladas que é obrigada a transportar quase diariamente. Sem nenhum respeito próprio, a rotina de Juliana é ser humilhada e taxada de inútil. Suas poucas tentativas de protesto sempre são aplacadas pela fúria de seus senhores quando esta se cansa ou se nega ao trabalho por não estar em condições. Aos seus tímidos protestos retaliam as pessoas das mais diversas classes sociais com xingamentos de toda espécie – seus defeitos são ajeitados com qualquer gambiarra para que continue seu trabalho, além das ameaças de ser substituída por uma F-1000 semi-nova em melhor estado.

Destituída de qualquer prazer de viver, nunca tendo conhecido o significado do que é “ser humano” com sua aparência idosa tendo já passado por diversas substituições de peças, nos seus poucos e últimos dias de vida lhe resta apenas continuar a ser explorada até que seu pobre motor desgastado tenha seu devido descanso no descaso…

A única tímida esperança que lhe resta é ser relegada ao esquecimento num ferro-velho qualquer onde não ler-se-á numa lápide:

“Aqui jazem os restos mortais duma esquecida, não amada, e sem família. Eis aqui os restos mortais de um exemplo de abnegação total e nulidade, um modelo de caminhonete desconhecido e não mais fabricado, cujo legado será, ironicamente, motivo de chacota entre os ibipitanguenses de várias gerações até que Juliana seja finalmente substituída por outra caminhonete qualquer… e assim, transportada peça por peça ao eterno vazio do esquecimento…

Em memória de Juliana – a caminhonete mais triste que eu já conheci.

I told you so

Senhoras e senhores, respeitável público,
Venho por meio desta informar que vendo cartão de memória micro SD, 256mb de memória, com adaptador pra Mini-SD por dezoitão (do latim R$ 18,00). Faça parte dessa corrente e ajude um universitário cara-de-pau a juntar grana pra visitar sua namorada em Curitiba na semana santa.
sd
Os interessados me avisem por e-mail ou na sala (dane-se! Tanto faz…eu quero grana.).
Sem mais para o momento, agradeço a atenção dispensada não tão certo da boa acolhida.
Obs.: É sério, eu realmente tô vendendo, isso não é uma piada!

Esses e outros comentários idiotas estarão presentes num futuro livro meu a ser publicado no dia de São Nunca, em Agosto de Deus, quando estarei distribuindo autógrafos na Biblioteca Municipal do Cafofo Onde O Judas Perdeu As Botas-BA.

*Nota póstuma: por causa dos outros textos de humor do blog ninguém levou meu pedido a sério. Fazer o que, né?