Platão com Metralhadoras

Obs.: O texto abaixo foi extraído de uma comunidade do (extinto?) orkut de autor desconhecido.

Platão com metralhadoras

Grande impasse existia na Grécia antiga. O Mundo da Filosofia estava no limbo, perdido vagava ao futuro, sem rumo e em direção ao especulativo. Sofistas, cegos pela arrogância, pregavam e debatiam desordenadamente.

A falta de um planejamento estratégico gerava a inércia das ações dos pensadores. Vanguardistas e Conservadores patinavam nas trilhas do conhecimento.

No meio de toda essa, porque não dizer, joça, eis que surge Platão com metralhadoras, e apresenta então para a Cultura helênica, a FILOSOFIA DE GUERRILHA. Capaz de driblar as altas barreiras de entrada da consciência humana com discursos ora retóricos, ora analíticos, mas sempre baseados na autoridade e no apelo popular.

A dialética platônica teve então grande penetração, disseminando o saber sofístico, desta vez, de maneira ordenada, dando assim origem ao Pensamento Moderno Ocidental.

Minha vida com Karak, parte 3

ScreenHunter_01 Nov. 27 20.47

by midnight777

Karak, cansado de contemplar o horizonte imaginando vidas que não teve, se dirige a uma barraca de água de coco muito bem adornada, com uma tela de plasma ligada a um modem 4g de onde se via uma playlist de youtube rodando no aleatório, e eis que um rosto familiar surge antes que Karak percebesse que havia recebido 25 centavos do troco em balas de caramelo… Era o mesmo rapaz que nadou além-mar para desbravar as belezas de novos mundos. O outrora jovem rapaz já esboçava seus primeiros cabelos brancos e recitava um discurso fúnebre com olhos turvos em lágrimas. Essas foram as palavras que Karak ouviu… Ou pensou ter ouvido:

K E R M I T    I S   D E A D

by k.i.o. Macedo

“O velho guerreiro morreu, e hoje as chacretes são atrizes pornôs.

E quanto a nós, meros fantoches da mídia americana, o que será de nós após a morte de Kermit, nosso patriarca?

Esquecidos no tempo, acabaremos como os integrantes da Vila Sésamo, que hoje animam parques temáticos. Quando éramos famosos e vivíamos com glamour, não pensávamos no que poderia nos acontecer no futuro, NÃO EXISTIA FUTURO.

Esse tempo se foi, hoje estamos perdidos sem nosso líder, que descansa em paz, em alguma lagoa de pano no céu.

Adeus Kermit! Tenho certeza de que nos veremos em breve…”

Karak não discute sobre seu troco nem se lamenta sobre a vida, apenas medita sobre qual deles, ele ou moço, fora menos afortunado em seus erros enquanto volta a olhar o mar, dessa vez com um bala de caramelo na boca e um coco inteiro por beber…

Minha Vida com Karak, parte 2

by k.i.o. Macedo

 

A ilha

Certa vez, Karak me contou sobre a visita que fez a uma ilha muito afastada, no oeste polinésio, onde todos os moradores, sem exceção, jovens, velhos, homens, mulheres… jogavam pedrinhas, retiradas de uma alta montanha rochosa, na praia menos utilizada por eles. Faziam isso a todo instante em que estavam sem nada melhor para fazer e o faziam com grande satisfação. Karak então perguntou a um deles: “Por que jogam essas pedrinhas todos os dias na praia?”, o aldeão então respondeu: “Embora sejamos um vilarejo pequeno, percebemos que nossa população está crescendo e se desenvolvendo. Tendo em vista isso, jogamos essas pedrinhas ao mar, para aumentar o território de nossa ilha, na esperança de que será grande o bastante daqui algumas centenas de anos. Preferimos fazer assim, pois nosso povo não gosta de viver em montanhas. Cada um fazendo um pouquinho hoje, no futuro, nossos netos e bisnetos não precisarão se mudar ou tomar alguma atitude drástica e, dessa forma, cada um de nós terá orgulho de ter ajudado no futuro de nosso povo.”

Minha vida com Karak, parte 1

by k.i.o. Macedo

Karak e sua bicicleta

Karak era um velho sábio que vivia sentado em uma pedra olhando para o mar e indagando-se se havia algo mais além dali. Certo dia, um jovem rapaz senta-se ao lado do ancião que o olha e pergunta: “O que fazes aqui, meu caro?”. O rapaz, sem tirar os olhos do mar, responde: “Tento olhar o mais longe possível para ver se enxergo algo além de água, e fico imaginando quantas maravilhas existem do outro lado”. Karak, com ar nostálgico, indaga: “E o que descobriste até agora?”. “Que o mar é muito extenso”, retruca o jovem, “E o senhor, o que descobriu?”. Com um sorriso o sábio diz: “Que por toda minha vida imaginei um mundo maravilhoso, com muitas riquezas, mas que isso pouco importava, com pessoas bonitas e agradáveis e belezas naturais e que, se eu quisesse, poderia chegar até lá”. O aprendiz, espantado, pergunta: “Então por que não foste até lá e te deliciaste com essa formosura?”. Karak responde: “É que passei tanto tempo imaginando cada detalhe desse lugar, desse paraíso, que me dei conta que era algo tão maravilhoso, que se eu chegasse até lá e encontrasse tudo diferente, seria frustrante e deprimente pra mim, por isso, meu jovem, não seja tolo de ficar imaginando seu mundo, ao invés disso, encontre-o e faça os devidos reparos, transforme-o no seu mundo ideal e deixe de lado o desagradável. Sua vida é extensa e seu futuro lhe aguarda, viva intensamente enquanto ainda lhe é permitido”. O rapaz, com um sorriso intenso nos lábios, beijou as mãos do sábio e em seguida atirou-se no mar, sumindo no horizonte, para seu novo mundo tão sonhado…