O Conto do Diabo Inocente

diabo

Era uma vez uma criatura de Deus. Dela pouco sabemos, mas se rebelou contra seu Criador, ganhou adeptos e fez muito barulho desde então.

Alguns vêem nele um herói romântico cujo único erro foi tentar “melhorar” o reino de um tirano absoluto. Outros dizem que todas as suas ações são absurdas e inexplicáveis, que ele é a origem do mal e da crueldade e não compreendem como pôde se rebelar contra quem o fez perfeito, tudo lhe deu e amou até que um dia, esta serpente decidisse, sem mais nem menos, morder a mão que o alimentava… e cuspir no prato.

No julgamento da questão, especialistas se debruçaram na tentativa de entender o caso:

– Veja bem, o Criador é onisciente: ele sabia que isso ia acontecer e mesmo assim o fez. Portanto era da vontade do Criador que assim tudo ocorresse.

– De maneira alguma meu caro! O Rebelde se voltou contra seu Criador por vontade própria, por orgulho! Desejando tomar-lhe o lugar.

– Nada disso! Como alguém poderia viver num universo onde só há uma opção? Uma forma de pensar? Um jeito de ser? E se as coisas pudessem ser diferentes? Nenhum ser consciente deveria ser criado sem o direito de escolha. O Rebelde nos mostrou isso.

– Peraí, mas como ele agiu com vontade própria se seu Criador já sabia que o Rebelde se voltaria contra ele desde o começo? Ele não foi destinado a isso?

– Não diga sandices! Como o Criador poderia criar algo que ele mesmo abomina?

– E por que abomina? Mal é questão de perspectiva. Eu entendo que não é o ideal usar uma faca pra cavar um buraco, mas na falta de uma pá, serve! Entendem? As coisas não precisam ser como o Criador designou. Isso não tem necessariamente de ser mal.

– Tem algum sentido. Mas Eu postulo o mesmo que muitos sábios antes de mim disseram: E se o Rebelde tem a missão de ser um contraponto do Criador? Seu opositor por necessidade lógica como uma antítese do divino? Não lhes parece mais razoável, senhores? Afinal, o próprio Criador disse em seus escritos sagrados “Eu crio o mal” embora alguns insistam em interpretar figuradamente.*

– Ora, isso torna o Criador, no mínimo, conivente com o mal… Ou, em última análise, sua causa, afinal foi ele quem concebeu um universo dualista. Por que uma criação dualista no lugar de um universo mecânico e perfeito? Além disso senhores, o mal é MAL pra nós, de formas diferentes mas é: ora como um frango cevado bem criado para um dia ser abatido, ora como um número destituído de valor. Ao contrário do Criador, que é fonte de toda vida, por mais “sensato” que o Rebelde pareça a alguns, o opositor de nosso Criador não nos ama. E, se não deseja nossa aniquilação (como eu e muitos assim pensam, pois o filho do Criador nos mostrou que o Rebelde é nosso inimigo) no mínimo não se importa conosco enquanto seres de valor feitos à imagem de Deus.

– Ok, então o Criador nos ama… Mas é um amor conivente com sofrimentos, solidão, desastres naturais, oportunidades desiguais, guerras, peste… De certo é intrigante… Pra não dizer incompreensível.

– Mas isso se deve à natureza corrompida do ser humano após o pecado.. O mal não era da vontade do Criador!

– Acredito que os senhores estão ignorando alguns pontos: Supostamente o Criador fez tudo BOM e perfeito, no entanto há nisso outro impasse, o de como a perfeição real poderia decair?! O que garante que o Criador não está do lado errado da balança? Dizer que algo é funcional é diferente de dizer que algo é “bom” ou perfeito, logo ele poderia ter escolhido melhor o vocabulário da Escritura. Ele promete recriar tudo perfeito como foi no princípio, mas no princípio houve o pecado. E, como nós bem sabemos, se acontece uma vez pode e vai acontecer de novo.

– Isso é só um problema de terminologia seu…

– Não, não é. Ou as coisas são ou não são. E o que passar disso é de procedência maligna, lembra? Ou estamos entendendo a natureza criada erradamente ou temos um impasse por imprecisão nas escrituras.

– De fato senhores, o que eu e meus colegas argumentamos é: Por que não querem lidar com a hipótese de um Criador de bondade questionável? Afinal ele e seu filho concordam que apenas o Criador é “bom” e todos devem se curvar à sua vontade. Mesmo os seres úteis e produtivos (pra não usar o termo “bom”) devem sofrer punição eterna por discordar do Criador?

– Não meu caro, entenda, o Criador é incorruptível! O pecado é que leva à morte… e todos irão morrer. Porque todos se fizeram resultado da matriz pecadora, portanto pecadores! Logo, todos merecem morrer. E isso resulta das ações do Rebelde que enganou nossos ancestrais.

– Sim! O Rebelde tenta a humanidade e provoca sua queda, afeta sua forma de pensar, seus gostos…

– E ao comprometer nossa matriz, nossos primeiros pais, ele deformou permanentemente todos que viriam depois.

– Isso não responde ao problema de porque ele permitiu o mal em primeiro lugar. Se pensarmos que no bem temos muitas opções de ação de acordo com nossos talentos, porque deveria existir o mal para validar o livre-arbítrio? Posso amar meus pais e discordar deles, morar longe, desenvolver outros interesses. Por que quem não concorda com o Criador está fadado a ser destruído no futuro? Não me parece razoável.

– E parece razoável que seres conscientes sofram pelas ações desencadeadas pelo Rebelde?

– E quanto a Jó? Esquecem os senhores que todas as ações do Rebelde precisam ser autorizadas pelo Criador? Além do mais, se fomos enganados por que deveríamos ser responsabilizados? Isso sim não parece razoável.

O burburinho entre filósofos e teólogos era como o chiado de uma tv antiga mal sintonizada e uma criança resolve parar ante o debate, como o faria quem, na tentativa de sintonizar um desenho animado numa tv antiga, estivesse incomodado pelo som e imagem incompreensíveis, desejoso de ajudar os pensadores nesse tema difícil:

– Oi… Er… Sabem… Eu tava ouvindo a conversa de vocês e acho que posso ajudar…

– Ora, ora! E o que você acha de nossa discussão pequenino? A quem você daria razão em nosso debate? – pergunta o mestre dos especialistas.

– Bom, acho que nenhum de vocês está de todo errado e nem de todo certo. Quer dizer, se o Criador fez tudo é claro que o mal veio de uma de suas criaturas, mas não acho que Criador é mal nem que seja intolerante a quem discorda dele, até porque, como alguém discordante poderia estar certo se dizem que o Criador conhece todos os futuros? Também não acho que o Criador seja responsável pelo mal…

– Aonde quer chegar pequenino?

– É que meu pai trabalha numa fábrica de peças de carros, sabe? E ele diz que, às vezes, mesmo com todos os cuidados, as máquinas criam algumas peças fora do padrão e não se sabe bem como isso acontece.

– …E?

– Então… e se o Criador não tiver conseguido criar algumas coisas perfeitas, por mais bonitas que parecessem ser? E se o Criador usou uma máquina pra criar as coisas e o Rebelde, na verdade, foi uma das peças que saiu com defeito? Meu pai às vezes tenta reaproveitar as peças defeituosas no trabalho dele, sabe? Nem sempre dá certo… Mas às vezes dá pra reciclar.

– E então?

– É que assim, nem seria da vontade do Criador que o Rebelde existisse, nem seria o jeito que ele nos pede pra viver uma imposição da qual ninguém tivesse liberdade de escolha. A gente tem um motivo de ser, ou até mais de um. Já vi peças que podiam ser usadas em partes diferentes do carro, sabe? Acho que o Rebelde só existe porque, mesmo defeituoso, o Criador respeita a liberdade dele também …mesmo que ele e algumas outras peças não tenham conserto e acabem estragando o funcionamento das máquinas onde são postos… Acho que o Criador tolera o Rebelde porque sabe que algumas, mas nem todas, as peças que saem com defeito ainda podem ser aproveitadas.

– Hahahahaha! – riem os especialistas.

– Muito divertido pequenino!

– Acho melhor deixar isso pros adultos resolverem, criança.

– Olha só, aqui tem R$ 1,50. Vá comprar um picolé.

– Picolé?! Mas eu falo sério moço, se não foi assim e o Rebelde é mau e o Criador é bom, mas usa o Rebelde pra nos dar livre escolha e as pessoas tiveram seus ancestrais corrompidos voluntariamente e, por isso, seus descendentes merecem sofrer, quando o Criador prefere doar seu bem mais precioso por nós ele não está sendo bom nem justo, só está sendo emotivo! Se as pessoas estão estragadas e ou merecem morrer ou se esse é o procedimento padrão do Criador pra peças com defeito, então… porque discordar do Rebelde? Ele não estaria fazendo a vontade primeira do Criador? Ou o Criador está confuso por causa de seus sentimentos então?

– Garoto, você nunca leu que é o coração do homem que é enganoso e não o do Criador?

– Mas o garoto tem razão. O Criador parece estar agindo com a emoção apenas e o Rebelde com a razão.

– Não, não! É exatamente o contrário meu caro! As pessoas são más e merecem castigo do Criador por sua natureza pecaminosa! O Criador é perfeitamente coerente.

– Não entendem? – disse o menino – Nunca conheceram nenhuma pessoa que foi boa pra vocês? Não acho que todos merecem sofrer e morrer, apesar de todos cometermos erros, não temos controle sempre das circunstâncias, do que os outros pensam, ou mesmo de nossas vontades. Somos só peças com defeito esperando reparo. Acho que o Criador também pensa assim… Ele consertaria até o Rebelde se pudesse mas não pode!

– Quanta imaginação! Não sabe você que o Criador tudo pode menino?

– Então poderia ter nos dado livre-arbítrio sem necessidade de um rebelde. Deixe o menino falar…

– Mas o menininho diz que o Criador foi “emotivo” e que para ele nós somos peças apenas! Isso é inaceitável!

– Não fui eu quem disse que o Criador está sendo emotivo. É o jeito que vocês estão colocando a situação… – disse o menino. Sabe, acho que tanto pro Criador como para o Rebelde somos apenas peças. Só que o Rebelde quer inutilizar tudo que tiver defeito e o Criador quer reaproveitar o que der pra reaproveitar. Não tem nada a ver com razão nem emoção. Nós somos coisas pra eles… Mas o Criador gerencia com sustentabilidade.

Então, o mestre dos especialistas se levanta para dar fim ao falatório, afinal, como poderia haver religião sem consenso?

– Calem-se todos! – diz o mestre dos especialistas – Ora, que falatório! O que sabemos com certeza é que o Criador é totalmente justo, mas criou o Rebelde, todavia não aprova suas ações, mas as permite ainda que as abomine. O Rebelde desafiou o Criador e o Criador consentiu com o desafio. Aquele que é tocado pelo pecado do Rebelde deve morrer – o próprio Rebelde o requer, pois essas são as regras do universo do Criador, a quem o Rebelde desobedece, apesar de ser usado para castigar e só poder agir quando o Criador o consente. Longe do Criador a vida é impossível. Entretanto o Rebelde vive pois traga a vida que o Criador pôs em sua criação ao trazer a criação à morte. Mas o Criador, ao pagar o preço por nós com a morte de seu bem mais precioso há de nos livrar da consequência natural do pecado que é o dano da segunda morte e há de recriar a vida destruída em perfeição segunda vez tal qual no princípio!

– Sim, sim! Está certo! – e os especialistas aplaudem de pé!

– Mas moço – diz o pequeno menino enquanto os adultos se levantavam para dar o debate por encerrado. – se for assim, o Criador é injusto por quebrar suas próprias regras sem necessidade e o Rebelde é inocente de seus atos pois pune as pessoas segundo as regras do Criador! Isso não pode estar certo!

…Mas não havia mais ninguém para ouvir o menino. E a questão findou por aí.

Sobre Implosões e Totens

-Olá pessoal! Muito boa tarde! Desculpe estar atrapalhando a viagem de
vocês pessoal, mas essa foi a maneira que eu arrumei para ajudar a
minha família, já que estou desempregado.
Estou aqui mais uma vez pessoal, divulgando o meu trabalho…
…Então minha amiga dona de casa, acrescente à massa uma xícara e
meia de farinha de trigo, mexendo bem para ficar homogêneo…
…Dois é 50, três é 1 real. Quem puder me ajudar eu agradeço, quem não puder…
(…Vai tomar no…)
…”4 rolo de papel higiênico é 1 real! É 1 real, mas è só hoje!
Aproveita freguês!
(fila da p…)
-Aproveite!
…Na voz do grande intérprete da MPB…
-Seu Joaquim! O senhor por aqui?!
“Não fosse estar do outro lado da esquina eu…”
“Só não te dou outra porque…!!”
“Much like suffocaaaating…”
Pois no final das contas, nada disso teria acontecido se ela não
tivesse esquecido de devolver meus cd’s… Agora ela terá que morrer
por isso!
“…E agora voltaremos à nossa programação normal.”

 

A propagação de cd-r, segundo a Psicanálise


Graças a Freud, hoje sabe-se que os três instintos básicos do ser humano são: o de Conservação da Vida, ode Conservação da Espécie e o Instinto Gregário – deles provém nossas principais motivações ações e reações no e ao meio externo, que permitem e propiciam a continuidade da raça humana e seu legado.

Empreendendo-se uma análise cuidadosa desses instintos humanos primordiais, pode-se concluir que o Instinto de Conservação da Vida desemboca no de Conservação da Espécie e vice-versa. A motivação psicológica primordial e inconsciente de nossa procura por parceiros (“sexuais”) permanentes remete a desde antes da Fase de Erotização Fálica. Vem da necessidade de vínculo emocional (diga-se de passagem que o corpo é pré-programado para ver uma certa regularidade em tudo, e caso não veja…). Ex.: se um bebê não tem uma “mãe” fixa com quem possa estabelecer um vínculo emocional (pré-identidade), mesmo sendo atendidas todas as suas necessidades biológicas, ele morre.

Observa-se na evolução das relações sociais humanas que o nosso primeiro grande vínculo (emocional) é a mãe, seguida logo após pelo pai; poucos tempo depois passa a ser algum amiguinho(a) específico, talvez da escola; aí os dois se separam… vem um “amor platônico”, passa, vem outro, e assim sucessivamente; você entra na adolescência e dirige então sua libido para a realização de sua própria integração em algum grupo do qual pretende fazer parte; surgindo na seqüência uma sucessão de relações amorosas “não tão platônicas assim”; um ciclo de “ficadas e namoricos” – que constituir-se-ão num distúrbio de vínculo caso prossiga-se nessa prática passada a fase dos “grandes aborrecimentos” ou aborrecência, como preferir – aparecem então as primeiras tentativas de comprometimento mútuo de não-abandono em face das vicissitudes que acompanham a maioria de todos os nossos relacionamentos e, diga-se de passagem, a maioria deles é transitória. As partes se unem num complexo ritual econômico e afetivo socialmente aceitável denominada “casamento”, do qual espera-se que nos dê a estabilidade de uma parceria permanente sob todas as condições adversas “até que a morte os separe”; e de quebra, com alguém que nos permita criar o nosso próprio “clã”, assegurando dessa forma a sobrevivência da espécie e a sua própria, graças ao aumento no número de possíveis defensores e/ou propagadores de nossas características genéticas – apresentado ainda a satisfatória resposta instintiva de que a sua “missão existencial” está sendo cumprida ante a humanidade por meio, inclusive, do aumento das expectativas de vínculos qualitativos sócio-afetivos de acolhimento mútuo. O que não chegar ou passar disto constitui-se numa relação doentia. É a Lei da Troca Equivalente citada em Full Metal Alchemist. Trocar (tempo) algo por outra coisa que, no momento um possa completar no outro, sem perdas a nenhum dos lados, como que numa simbiose, diferente do que possivelmente aconteceria se a metáfora empregada fosse sobre relacionamentos humanos e o comércio.

Durante o Período de Latência, é comum que a estruturação do Superego se torne definitiva. A partir de então, esse mesmo Superego é que irá se apresentar em nós na vida adulta. As restrições comportamentais e sexuais impostas pelo meio nos ajudam a fundamentar o controle dos comportamentos instintivos motivados pelo ID (e/ou suas perversões de quaisquer naturezas) preservando o bem-estar social e diminuindo as chances de sermos linchados por alguma comunidade do interior de Pernambuco numa eventual visita.

Como existe essa necessidade de realizar um desvio dessa energia libidinal que se torna excessiva da Fase Fálica para a Fase Genital, os adolescentes podem passar por períodos de inquietação motivada por certa dificuldade em realizar esse desvio, recorrendo a comportamentos masturbatórios, que podem vir a tornar-se compulsivos; pornografia; procura por prostitutas, corneamentos de diversas espécies (problemas que, caso não resolvidos, tendem a tornar-se em confusões sexuais de calibre maior como a bissexualidade, a homossexualidade, a pedofilia, a bestialidade, etc, posteriormente). Como evitar isso?

Pois bem, SEUS PROBLEMAS ACABARAM!!! É fatídico que, no ser humano, a procura por parceria é regulada por uma busca, no parceiro ou parceira, de características intercomplementares de nossas deficiências, mas sem deixar de lado uma identificação mútua e empática das personalidades. Uma séria alternativa para tal é a MÚSICO-TERAPIRATARIA de grupo, que consiste em nada mais, nada menos que na disseminação dos CD-R nas prateleiras dos convivas do paciente terapêutico (com o devido conteúdo gravado, obviamente…). Prevenindo assim o infortúnio daquele comportamento primitivo consistente na ação de ligar o som de casa, do carro e até dos fones de ouvido em volumes ensurdecedores na esperança de ser ouvido por alguém que nos compreenda empaticamente e, ao mesmo tempo, (pulsão de morte) empregamos uma poderosíssima arma psicológica numa guerra sonora contra aqueles que nos rejeitam! O que passa a ser também uma questão de saúde pública, já que o uso dessa técnica terapêutica prevê uma drástica redução da poluição sonora.

A longo prazo, existe ainda uma substancial melhoria dos relacionamentos sociais. A técnica propicia estabelecer-se maior vínculo interpessoal servindo, inclusive, de parâmetro para a construção de novos relacionamentos onde exista uma maior identificação interpessoal entre as personalidades (o que pode ser medido pela variável melódica), nível intelectual (por meio da difusão filosófica realizada pelos letristas em suas canções), bem como a orientação para a ação no que diz respeito ao contato ou enfrentamento social mais adequado, apresentando ainda fundamentação motivacional a esse contato por meio da melodia e seus efeitos sobre a psique.

Obs.: A dosagem e o tipo de música devem ser estabelecidos previamente pelo terapeuta orientador ou sob recomendação médica.

Promoveremos uma saudável eugenia, assegurando aos nossos descendentes um mundo menos hostil e solitário por meio da perpetuação das características psicossociais desejadas numa maior percentagem da população em direção à solução das pandemias do Capitalismo num efeito dominó rumo à salvação da humanidade, além da “corrente do bem” psicológica promovida pelas doações de cd’s e, juntamente com eles, doses carregadas da mais vasta gama de neurotransmissores, solucionando ao mesmo tempo o problema das drogas e da má comunicabilidade entre as pessoas aos mais carentes, promovendo a disseminação ideológica e motivacional que as massas carecem para se organizar rumo à Anarquia social e a libertação definitiva do proletariado das garras do demônio…

Procure a Lan House mais próxima de sua casa e grave já o seu THE BEST OF GREATEST HITS, monte sua barraquinha na feira e…

Vivé la Liberté!

“O Direito Autoral está impedindo o acesso à Cultura.”

Os termos em itálico são grifos de possíveis dificuldades de interpretação a ser explicadas no glossário abaixo:  

  • Compulsivo – Que é impulsionado a cometer algo por um desejo que foge ao controle de sua vontade consciente.
  • Erotização – Descobrimento da sexualidade.
  • Eugenia – Ciência que estuda as condições mais propícias à reprodução e melhoramento genético da espécie humana.
  • Fase Genital – Fase de erotização onde se encontra satisfação da libido por meio da manipulação da genitália.
  • Fase Fálica – Fase Psicossexual do desenvolvimento humano em que se está apto para a reprodução biológica.
    Gama – sucessão de idéias.
  • Gregário – que estimula a proximidade entre os elementos de um grupo.
  • ID – A parte mais profunda da psique (mente humana), receptáculo dos impulsos instintivos, dominados pelo princípio do prazer e pelo desejo impulsivo.
  • Latência – Período de inatividade entre um estímulo e a resposta por ele provocada.
  • Libido – Instinto ou desejo sexual encarada na Psicanálise como sendo a Energia motriz dos instintos de vida, i. e., de toda a conduta ativa e criadora do homem.
  • Motivação – Conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo.
  • Neurotransmissor – Diz-se de, ou substância liberada por célula nervosa, que transmite a outra célula, de nervo ou músculo, um impulso nervoso.
  • Personalidade – Organização constituída por todas as características cognitivas, afetivas, volitivas e físicas de um indivíduo. O elemento estável da conduta de uma pessoa; sua maneira habitual de ser; aquilo que a distingue de outra.
  • Pulsão – Tendência permanente, e em geral inconsciente, que dirige e incita a atividade do indivíduo: pulsões sexuais.
  • Superego – Instância da personalidade formadora de ideais, e que age inconscientemente sobre o ego contra as pulsões suscetíveis de provocar sentimento de culpa.
  • Vicissitude – Acidente desfavorável.
  • Lei da Troca Equivalente (Full Metal Alchemist):

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Alquimia

SOBRE A LÓGICA EPISTEMOLÓGICA

Por Jean de Oliveira

Introdução

Antes de qualquer coisa, é conveniente explicar o que seja essa tal Lógica Epistemológica. Epistemologia, ou o estudo do conhecimento possível, é uma ciência lógica que se aplica a estudar as outras ciências – já que todas elas dependem da lógica abstrata para existir como resposta ao desejo inconsciente do homem de desvendar e/ou controlar a realidade à sua volta em benefício de seus próprios desejos subjetivos. A lógica, por sua vez, trata-se, grosso modo, do sistema pelo qual executamos essa empreitada. É através de suas facetas que o pensamento racional se desenvolve e se concretiza. Tentaremos aqui abordar seus aspectos principais. Vale mencionar que eles dispõem de um funcionamento similar aos programas de computador, porém infinitamente mais abrangente quando se trata de relações humanas. Para comprovar isso, basta mencionar que, sem essa nossa “programação lógica” não nos seria possível construir sequer um pensamento, racional ou não (já que a informação não pode apresentar duplicidade contraditória nem a nível molecular – o que passar disso na física é erro de interpretação lógica e, em última análise tudo o que existe é composto de informação lógica, até a porção da mente humana inconsciente).

A lógica Epistemológica está intimamente ligada à Neurolingüística: área do conhecimento que visa decifrar os mecanismos pelos quais são expressas comunicações conscientes e inconscientes entre os seres humanos, especialmente a nível bioneurológico, uma de suas ciências auxiliares de maior importância é a Neuropsicologia que nos permite elucidar certos detalhes mais ocultos.

Primeiros Princípios da Lógica

  • Princípio da Causalidade –Todo efeito (ou seja, tudo que é produzido…) necessita, pela lógica, de uma ou mais causas que lhe iniciem. “Todo efeito tem uma causa criadora e toda causa é criadora em algum grau. Não existem categorias ou tipos diferentes de causas (como pensava Aristóteles), mas de efeitos. Todo efeito tem uma ou mais causas. Todo efeito, como sendo causado, não pode ter causado a si mesmo (algo implícito na própria natureza contingente do conceito expresso pela palavra) e, já que a causa precisa ser necessariamente maior e anterior que o efeito por ela causado como se constata empiricamente (esse princípio só se manifesta de forma cognoscível, só nos damos conta dele em sua plenitude, a partir de nossas experiências concretas e sensoriais), Todo efeito causado tem uma função (mesmo que ela não seja cognoscível). Logo, do nada, nada pode sair. Outra forma de como esse princípio lógico se apresenta é: “inexistência não é existência”. Ex.: Se eu digo que não existo, provo o contrário – já que preciso existir pra negar minha própria existência. Esse princípio necessita do Princípio da Não-Contradição para fazer maior sentido.
  • Princípio da Não-contradição – Base do sistema binário que compõe os processadores de computador. Afirmativo lógico da idéia de que duas afirmações opostas num mesmo sentido e ao mesmo tempo não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Uma implica na inexistência da outra, logo tornam-se mutuamente excludentes. Todo processamento de informações na mente humana depende, em última análise, da comparação, já que a mente apresenta apenas os mecanismos necessários para a construção de idéias*; o que torna os pontos de referência tão importante, já que sem eles é impossível se estabelecer comparações e, logo, pensar – muito menos localizar contradições em suas idéias (único método de investigação conhecido lógica e cientificamente até então para a descoberta da Verdade. Consiste na observação, formulação de hipótese, experimentação, construção de teoria a partir dos dados experimentados e busca de contradições nesse sistema e em comparação com outros sistemas que foram desenvolvidos por outras pessoas para explicar a mesma situação que foi analisada antes por você.). Qualquer reivindicação de verdade é exclusivista. Toda proposição que afirma uma coisa nega outra por implicação lógica assim como um músculo obrigatoriamente tem de relaxar para que outro se contraia. Ex.: Uma pessoa crente de que idéias opostas podem ser iguais ao mesmo tempo e num mesmo sentido ou contexto não acredita que seja verdadeiro o oposto do que ela afirma.
  • Princípio da Identidade – pressupõe o Princípio da Existência e, em conjunto com o da Causalidade, complementa o da Não-Contradição. Afirma que uma coisa deve ser conceitualmente igual, única e exclusivamente a si mesma enquanto continuidade de sua própria existência. Se assim não fosse, ela nunca seria ela mesma, o que é o mesmo que não existir propriamente. O conceito de oposição se baseia no diferente – que, por sua vez, poderia ser qualquer diferença ou variação. Logo, a realidade não pode ser uma só para tudo e, embora as existências possam ser interdependentes, a realidade é plural e múltipla mesmo que se considere como originada de uma única causa criadora primordial.

Além dos 3 principais Primeiros Princípios apresentados, temos as noções de tempo-espaço e os raciocínio indutivo e dedutivo para regular, administrar, complexificar e até deturpar essa programação inicial com base na experiência sensorial. O mais diretamente comparável a um Princípio Lógico entre os apresentados é um aglomerado deles. É o raciocínio dedutivo: mecanismo que permite, a partir de conhecimentos assimilados anteriormente pela experiência e memorizados, retirar conclusões coerentes das premissas maior e menor que lhe sejam apresentadas. Ex.:

Todo homem vai morrer. Premissa Maior = Generalização.

Bill Gates é homem. Premissa Menor = Idéia Específica.

Bill Gates vai morrer. Conclusão (automática), conseqüente das premissas.

Obs.: Toda conclusão errada que decorra daí é conseqüência de informação falsa em algum ponto de uma ou de várias, quando não todas as premissas. O sistema em si é “infalível”.

Sobre o raciocínio indutivo, pode-se dizer que se classifica no escopo das “verdades prováveis”. Soa como um “… pela amostragem ser limitada, não posso construir absolutos, mas verdades temporárias, então, sou levado a crer que…” É em que consiste o método científico como conseqüência de a ciência usar a lógica, mas não ser totalmente fiel a ela, já que preza mais o conhecimento empírico e aplicável a alguma função de mercado. Trata-se de conhecimento “estatístico”. Ao contrário do pensamento dedutivo, o raciocínio indutivo parte do específico para o geral.

Esses argumentos não podem ser contestados, mas não apresentam nem de longe a natureza do mito, já que toda e qualquer tentativa de desmenti-los (os Primeiros Princípios Lógicos) carece, antes, de utiliza-los, o que acaba por comprová-los. Não se poderia construir um pensamento sequer sem essas noções. Outro detalhe importante sobre os Primeiros Princípios é que, em diversas vezes eles se apresentam nas premissas como um predicado dentro do sujeito. Ex.: – Duvido que estou duvidando. – Logo, continuo duvidando. Nesse contexto, ainda poderíamos levantar a hipótese de que o mito tenha nascido enquanto petição de princípio lógico num período em que os homens ainda não conheciam essas facetas com clareza, todavia, já careciam de usá-las como reação a um meio confuso do qual pouco sabiam e tendo ainda a obrigação instintiva de sobreviver e dar seqüência à espécie (Instinto de Conservação da Vida + Instinto Gregário).

Advogados, em geral, apelam para a lógica dos sofismas (sentenças lógicas, mas não verdadeiras por apresentarem inverissimilidades nas premissas, construídas com o único intuito de fazer parecer que se tem razão, assim como frases de efeito ou ditados populares, mas insustentáveis diante dos primeiros princípios quando expostas as evidências em sua totalidade e consideradas todas as variáveis em análise), que não passam de artifícios para ludibriar os outros em benefício próprio.

Aplicando-se os Primeiros Princípios, pode-se descobrir falhas nas argumentações feitas, principalmente as de cunho filosófico e ideológico.

Os Primeiros Princípios só funcionam como contra-argumentos. Quem tentar provar que ocorreu um pênalti que ninguém tenha visto (nem ele, ou, a não ser ele) só prova que tem 50% de chance de estar certo (ou errado).

Afirmações embasadas rigidamente na lógica dos Primeiro Princípios sempre são verdadeiras desde que não haja falhas nas premissas.

Categorias de Verdade:

Verdade = correspondência entre os fatores variáveis dispostos num problema, ou seja, verdade é o suficientemente correspondente entre o existente e o comunicável, que permite a construção de um conceito cognoscível.

§ Verdade Provável (categoria de verdade situacional) – São as verdades “matemáticas”, por assim dizer. Amplamente possíveis, prováveis e coerentes. Contudo,a verdade absoluta não é apenas o que é coerente, abrangente, provável ou que funciona para se executar uma tarefa ou explicar algo. É construída a partir de dados experimentais, matemáticos, indutivos e sempre depende de metragem. Perfeitamente utilizável na realidade concreta, mas apresenta limitações: precisa de constante reciclagem, é passível de mudança súbita mediante novas descobertas.

§ Verdade Substancial (categoria de verdade situacional) – É a verdade de um fato concreto ou daquilo que é, ou que ocorreu no tempo e no espaço. Pode ser questionada no referente a até onde conhecemos o que nos cerca. Noções como a de eterna transformação como a de Heráclito se baseiam nisso. Ex.: Filmes como Matrix ilustram como pode haver um disparate entre a realidade e o que nós achamos ser real. Se eu digo: “Hoje, dia 30 de setembro de 2006, às 16h e 21min, eu, Jean, sinto frio.” – trata-se de algo verdadeiro pra mim se eu realmente estiver sentindo frio (coisa que só eu sei), mas não é verdadeiro se estiver se referindo a, por exemplo, alguém que esteja no equador na mesma data e hora, ou de alguém que esteja muito bem agasalhado e tomando chá quente sentado bem na minha frente. Isso é o mais próximo que se chega de verdades individuais como “cada um, cada um”.

§ Verdade Inegável (categoria de verdade absoluta) – De tão alta verossimilidade, não pode, sob hipótese alguma, ser descomprovada (categoria de verdade dos Primeiros Princípios). Sem elas não poderíamos sequer construir um simples pensamento. No entanto, nem sempre dizem respeito ao que existe. Ex.: todo triângulo tem 3 lados é uma verdade inegável, embora não implica que exista algum triângulo na realidade.

§ Verdade Necessária (categoria de verdade absoluta) – ou verdade ontológica, é uma verdade que não só é impossível de ser negada como é também impossível de não existir (categoria de verdade dos Primeiros Princípios), já que dela implica a existência de todas as outras categorias.

Conclusão: Intenção não é verdade, assim como verdade não é algo agradável, nem algo relativizado (em última análise). A verdade só pode ser individualizada enquanto verdade substancial, não enquanto conceito (construído a partir dos Princípios Lógicos como o “monstro de Frankeistein”, mas a partir de dados principalmente induzidos), ou como verdade inegável. Se a realidade existe e podemos pensar nela, no mesmo modo como para cada desejo existe uma forma de satisfação (ainda que ela não seja completa) e eu digo que a verdade não corresponde à realidade, o que digo quer dizer algo correspondente à verdade. Logo o que digo é falso. Se eu penso por comparações e se as comparações só fazem sentido na oposição de idéias – o que é necessário para que exista o conceito de correspondência – afirmações factuais precisam corresponder aos fatos para ser verdadeiras.

Bibliografia Referencial:

GEISLER, Norman. Enciclopédia de Apologética. Itens: Primeiros Princípios; Natureza da Verdade. 2001. Editora Vida. 932 páginas.

CURY, Augusto Jorge. Inteligência Multifocal. 1999. Editora Cultrix. 344 páginas.

Leitura recomendada: Discurso sobre o Método – de René Descartes.

Porque 1+1 não é igual a 2.

 

 

         Analise da seguinte forma: por convenção lógica, existem princípios essenciais sem os quais não poderíamos encadear nossos pensamentos mais básicos racionalmente. Entre eles, temos o chamado Princípio Lógico da Não-Contradição (também conhecido como Princípio da Contradição ou Princípio da Existência), que diz o seguinte: Algo existente só pode ser igual ao mesmo tempo-espaço e no mesmo sentido a si mesmo.

         Pense comigo: Pra que serve a Matemática? Não, não pense muito: responda a primeira coisa que vier à sua cabeça (o Inconsciente humano costuma acertar bem mais que o Consciente). Isso! Contar…

         Pois bem, agora responda: Qual a primeira operação matemática que te ensinaram? Claro! Ela está implícita na própria essência do número e na existência dos algarismos: a soma. Nós sempre usamos a soma para estabelecer a medição das coisas em tamanho, velocidade, peso, etc.

         Acompanhe o raciocínio: entre 1 e 2 (ou entre um número qualquer e o que vier depois dele) existem infinitos números não só possíveis de serem imaginados como matematicamente existentes. São os Números Reais. Ex.: 1,1; 1,1943896; 1,424242;  1,999999999999… Logo, quem quer que tenha(m) criado a “metragem-padrão” poderia ter escolhido quaisquer modelos que pensasse, como o tamanho do próprio pé ou, se ele soubesse, a distância entre o alto da nuca até o Forame Magno da Rainha da Inglaterra – se bem que isso poderia parecer um tanto idiota…

         Não perca o raciocínio!!! Pra começar, se existe uma distância lógica infinita entre quaisquer números, ou os valores são finitos em si e infinitos valores se interpõem entre um número e outro – o que seria uma aberração lógica; ou os dados referenciais para padrões numéricos são deficitários. Ainda assim, finja que está tudo bem.

         Por que diabos 1+1 não seria igual a 2? Em primeiro lugar: o que é 1+1? Você responde: – “Ora, 1+1 são duas coisas!” – Ahá! Peguei você! Se 1+1 são duas coisas significa que essas duas coisas são, na verdade, a mesma coisa, pois ao mesmo tempo-espaço e num mesmo sentido, uma coisa só pode ser igual a si mesma. 1+1 é igual a ele mesmo. Você está somando o mesmo conceito duas vezes.

         E se cada coisa for numericamente 1 só por vez, passasse a precisar duma convenção de tempo não-numérica (um momento que não seja um monte de “uns” – como 1+1 ou, 1+1+1 ou, 1+1+1+1… tudo sempre será igual a 1).

         Que tipo de padrão não-numérico e não relativo/variável poderia ser adotado? Pra adiantar nosso raciocínio, vamos delimitar a definição desse momento de tempo como sendo a informação mais básica e precisa suficientemente satisfatória possível – nesse momento, estamos invadindo o território da Física Quântica. Esqueça isso!

         A Matemática não pode ser Concreta – já que o concreto por si só não pode ser precisado ou previsto (como na imprevisibilidade quântica) e, além do mais, o concreto precisa do abstrato para existir cognoscivelmente, por serem logicamente opostos. Porém, a Matemática também não pode ser Abstrata – precisaria, para isto, de um referencial não-matemático para embasá-la e assim existir, contraditoriamente afirmando a si própria tal qual uma Ciência Exata.

         Se a Matemática não é nem concreta nem abstrata, ela continua existindo? Não precisa responder.

         Conclusão: Inventamos uma ciência que só dificulta as nossas vidas e, ainda por cima, não existe. Uma escabrosa escorregada no sabonete da metafísica. A magnânima burrice humana inventa e entroniza a Matemática; na minha opinião, numa tremenda materialização da transcendência. Uma das maiores bandeiras que o homem já deu. Um erro lógico tão absurdo que só pode ser uma prova da existência de Deus. Pode perguntar pra Ele. Pergunta, vai! Pergunta!

TEORIA DO TÉDIO RELATIVO

tédio 2 

Nesse breve parêntese, se nos é permitido aqui ter um momento de lucidez, parece-me ser deveras relevante versar sobre a mais nova teoria do conhecimento lingüístico e epistemológico humano não só por esta apresentar inúmeras aplicações no cotidiano como pelo enorme valor humanista que apresenta – cabendo aqui ressaltar que algumas das piores “cagadas” da raça humana terem sido conseqüência de, nada mais, nada menos que, erros de interpretação.

No que se refere à natureza da linguagem, pode-se dizer que esta, passou do concreto ao abstrato num processo longo em que substantivos e conectivos lógicos primitivos (provavelmente mais emanados da reação emocional da pessoa enquanto buscava nomes que definissem o algo de que falava) deram origem, respectivamente, aos verbos e à sintaxe, além das demais evoluções da linguagem falada*. Todavia, de que me adianta saber como funciona a fala se o que importa é que diabos fazemos com ela? Pois bem, que fique sabido que o fenômeno por muitos intitulado como “prosa rúim” é de fundo simplesmente biológico!

Permita que explique. O que temos aqui é a minha chamada “teoria da sem gracisse humana”, que também pode ser chamada de “teoria da sem assuntice humana”.

Todos sabemos o quanto é desagradável conversar, ou melhor, tentar sustentar conversa com um indivíduo que pertença à casta dos “prosa rúim” ou tenha sido infectado por condicionamento psicológico (vide: persona automatizada*). O que nós, em geral, não sabemos é que a temática das conversas desses indivíduos está muito ligada a uma primitiva área do cérebro que desenvolveu as habilidades de expressão e comunicação, por assim dizer, com a simples finalidade de se precaver contra as vicissitudes naturais que pudessem comprometer a existência biológica.

Por exemplo, quando algum idiota se aproxima de você querendo papo e, numa tentativa quase sempre frustrada de puxar conversa diz: – “Acho que vai chover”, ele está recorrendo a um mecanismo que, não fosse o fator de envolvimento emocional que nos é reduzido pelo ritmo de vida pós-moderno, seria infalível já que versa sobre um tema qualquer que, no geral:

  • Não foge da moda estatística, como seja sempre recorrente;
  • Lida com uma das informações primitivas de maior relevância para a sobrevivência: o ciclo da água e sua influência no comportamento e na vida dos animais, das plantas e do homem;
  • Deveria ser encarada pelo outro com seriedade, já que ele provavelmente começa suas conversas de forma semelhante ou, num estágio primitivo, também devesse estar atento às interferências climáticas no seu cardápio em potencial.

Desde os primórdios sabemos que chuva tomada por um longo período pode resultar em pneumonia, queda brusca na temperatura corpórea, atrapalha as tentativas de deslocamento (fuga de predadores) em encostas, apaga pegadas (dificultando a localização da presa ou de outros seres envolvidos diretamente ou não na sobrevivência humana), espanta os peixes durante a pesca e interfere diretamente na cadeia alimentar tanto na sua ausência como no seu excesso. E esta explicação trata apenas das conseqüências diretas da chuva…

No pólo oposto, também encontramos as características temáticas da famosa “síndrome ‘prosa rúim’” que acomete um sem-número de pessoas das mais variadas classes sociais em todo o mundo. A única diferença real entre uma “prosa rúim” característica e um “papo-cabeça” é com quem se está falando. Assuntos recorrentes como namoro, finanças, amor, relacionamentos em geral e coisas relativas aos estilos de vida e/ ou gostos pessoais (ou seja, arte, música, cinema e afins) são garantia de conversa e fazem parte do escopo de inter-relações complexas que desenvolvemos através de uma evolução/seleção natural específica que nos permitiu sobreviver mais eficazmente, ao mesmo tempo que nos faz complicar tudo na vida a ponto de criar absurdos epistemológicos como o texto ora lido. Lamentável…

Se nada disso sai de moda, o novo é relativo. Não é o recém-criado, é a nova forma de se encarar o que é necessário à sobrevivência do homopós-modernus/sapienssapiens.com.br. O fenômeno da “sem assuntice” é o último resquício neurogenético concreto de comunicar para sobreviver no mundo fast food: “satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta, quer dizer, se você conseguir provar que não está plenamente satisfeito”.

Assim, da próxima vez que você estiver com ou for um “prosa rúim”, não precisa contar tudo pra sua mãe Kiko(Zam Bianchi: compositor de Primeiros Erros), rememore os fundamentos do seu, do meu, do nosso FUNCIONAMENTO NEUROLINGÜÍSTICO ora decifrados. Afinal, sua sobrevivência social pode depender disso…

* Obs. (e dessa vez estou falando sério): A tese destacada sobre a evolução lingüística baseada no evolucionismo biológico citada no texto é curiosa e descaradamente desmentida pela Lingüística atual – servindo, inclusive, como um dos principais argumentos da Antropologia Criacionista contra a Teoria da Evolução – já que as línguas ancestrais eram dotadas de um grau de complexidade bastante superior ao da maior parte das línguas faladas hoje, constituindo-se num fato com comprovação histórica que bate de frente com a Evolução sugerindo que as línguas atuais na verdade estão passando por um processo entrópico, apesar da livre circulação de informações conseqüente da globalização e da síntese de idéias proposta pelos processos de aculturação dela resultantes formando uma espécie de monismo ideal.

TEORIA DO TÉDIO RESTRITO

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Cientificamente falando, o logaritmo infinitesimal do tédio onírico, inerente à dimensão de análise freudiana, trata-se na realidade de uma emulsão catalítica ulterior ao aspecto fractal exógeno propedêutico para o ócio incurso na hermenêutica humana, segundo a Física Quântica.

Arraigado nos fundamentos da Lei de Murphy, dos princípios da Termodinâmica e, acompanhando o relativismo inato à matéria (do ponto de vista einsteiniano), observa-se similaridade conceitual passível de encaixe nas idéias do Caos, Princípio da Incerteza Quântica e, no que diz respeito à Geometria Não-Euclidiana, na Topologia Analítica.

Some-se a isso a ação dos esquemas matemáticos, próprios tanto da matéria quanto dos organismos complexos e sua constituição genética. Tal junção explica a biogênese dos aminoácidos nucleicos graças às interferências gravitacionais e eletromagnéticas conjuntas sob condições ideais (químicas e de pressão e temperatura). Suas propriedades no papel da construção celular e, posteriormente, organoléptica e endócrina – responsáveis pelo processo codificação-decodificação hormonal (e vice-versa) – são a base de nossas experiências existenciais a nível de sistema nervoso.

O que nos leva, finalmente a teorizar sobre o funcionamento do que chamo de “persona automatizada*” dos desgraçados responsáveis pela histérica involução humana na contemporaneidade, e aqui refirimo-nos aos responsáveis pelas chantagens maquiavélicas criadores dos reinventos das mídias enlatadas.

Em resumo, essas são as causas de qualquer indivíduo com o QI abaixo de 110 não ter as mínimas condições de terminar essa leitura e; caso consiga chegar ao final da mesma sem o auxílio de um dicionário, é possível que você já esteja morto há muito tempo…

*Persona automatizada – Distúrbio de personalidade de base neurológica explicado pela Micro-Evolução do ponto de vista Antropológico como sendo conseqüência do aumento das chances de sobrevivência maciça ser decorrente da impulsividade. Ou seja, se um organismo vivo tende a não questionar seus instintos é mais passível de obedecê-los, garantindo a sua sobrevivência e a de sua espécie. O que explica porque existe tanta gente idiota no mundo, já que a ocorrência de QI acima de 125 incide apenas sob algo entre 5 e 6 % da população mundial. Observe-se que as condições de influência de um meio medíocre acaba por tornar essa parcela de 5 ou 6 % da população mais propensa a ter problemas emocionais por dificuldade de ajustamento.